Júlio Cruz nasceu há 75 anos em Bougado, junto da igreja projetada por Nasoni. Conhece bem o concelho onde sempre viveu e elogia o crescimento urbanístico da Trofa. Já a filha, Beatriz. de 26 anos, destaca que a cidade "evoluiu muito nos últimos anos" e tem a vantagem de estar "perto de tudo".
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Nasceu em Bougado, junto da igreja projetada por Nasoni, numa casa do século XIX onde estão gravadas na pedra as iniciais do avô, também um Cruz. Há pouco mais de 10 anos, Júlio Cruz acabaria por dar um contributo para a reabilitação do edificado local, ao reconstruir uma outra moradia em granito, mesmo em frente àquela onde veio ao Mundo.
"Urbanisticamente, a Trofa cresceu e evoluiu bastante, e hoje dá gosto vê-lo", enaltece o trofense, que elege a requalificação dos parques de Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro como uma das intervenções que deixaram a cidade "muito airosa".
Tal como o pai, Beatriz Cruz cresceu e vive em Bougado e reconhece que tem ali o melhor dos dois mundos: "Existem vários acessos e, se nos afastarmos do centro urbano, temos sossego, tranquilidade e agricultura". Para a jovem professora de Português, "a Trofa é um sítio bastante multifacetado", onde gosta de residir, ainda que a vontade de morar "perto do mar" esteja sempre à espreita.
Até pessoas do Porto veem na Trofa uma opção para ficarem mais longe do movimento
Júlio Cruz também enaltece a beleza natural de alguns espaços do concelho trofense. "Os parques N.ª Sra. das Dores e Dr. Lima Carneiro estão muito bem apresentados, e no Monte de S. Gens há uma vista panorâmica. É uma zona privilegiada e turística", observa.
E Beatriz não tem dúvidas quanto ao seu local de residência. "Viver na Trofa é muito bom porque é perto de tudo: estamos a meia hora do Porto, a 20 minutos da Póvoa e de Vila do Conde e a 10 minutos de Famalicão. Até pessoas do Porto veem aqui uma opção para ficarem mais longe do movimento", destaca a jovem professora, que vai ao encontro da opinião do pai quando constata que "a cidade evoluiu muito nos últimos anos".
Também em termos de espaços naturais e de lazer, a Trofa está bem servida, segundo a jovem: "Um ponto bastante positivo é o Parque das Azenhas, para exercício físico e para lazer. E é muito bonito, fica acessível à cidade, porque tem várias entradas".
Críticas ao trânsito e nova estação de comboios
Pai e filha roçam os mesmos temas quando falam dos pontos menos positivos. Para Júlio, o único senão da Trofa continua a ser o tráfego excessivo da EN14, um dos eixos rodoviários que atravessam a cidade.
"O cruzamento das duas estradas [EN14 e EN104] deu muita vida à Trofa, mas, hoje, isso é um problema", observa o septuagenário, que nota, contudo, que, "tirando as dificuldades da Nacional 14, o acesso à cidade é fácil".
E é também à mobilidade que Beatriz aponta. Não aplaudiu a "descentralização da estação" de comboios nova, uma obra que permitiu retirar a ferrovia do centro e pôr fim à divisão urbanística provocada pelo canal. Confessa que sente saudades do movimento gerado pelo comboio na envolvente da antiga estação, e lembra que tinha "um acesso mais fácil para quem é de Bougado".