Domingos Queiroz nasceu em 1938, no Porto, viveu em Vila Praia de Âncora e Mirandela, mas rendeu-se a Braga pela "vida mais dinâmica" que a cidade proporciona. Já para Mafalda Rosas, de 20 anos, a "qualidade de vida" e as "oportunidades para os artistas" são os aspetos que mais a seduzem na capital do Minho.
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Domingos Queiroz, com 84 anos, é natural do Porto, morou em Mirandela e Vila Praia de Âncora, mas, desde há três anos, é em Braga que está a viver, para estar próximo da filha, professora na cidade à qual já se rendeu.
Para o ex-enfermeiro, esta "vida mais dinâmica", que contrasta com o ritmo a que estava habituado, é uma das coisas que mais o "fascina".
Ao contrário de Domingos Queiroz, Mafalda Rosas nasceu em Braga e o dinamismo da cidade já não a surpreende. Para a estudante de Marketing Digital, apesar dos preços terem subido, "como em todo o lado", "há muita qualidade de vida" e um conjunto de eventos que permitem que jovens artistas, como ela, possam mostrar-se à sociedade.
Transportes acessíveis e jardins maravilhosos
"No início, custou adaptar-me, porque era outro estilo de vida. Em Vila Praia de Âncora era muito mais calmo e aqui há uma vida mais dinâmica, com muita juventude, as pessoas sorridentes, de baixo para cima", relata o octogenário, sublinhando que a atenção que dão aos idosos, também, é importante.
Aluno da Academia Sénior, diz que é um projeto que o incentiva a sair de casa "para socializar", mas também trocar conhecimento com os professores. "Nós aprendemos com eles e eles aprendem connosco", assevera Domingos Queiroz, apontando, ainda, os "transportes acessíveis", "os jardins maravilhosos", "a boa restauração e hospitais" como razões para "gostar muito" de Braga. "Tudo isso dá-nos confiança para viver aqui", remata.
Confiança também não falta a Mafalda, que destaca as "muitas associações cá em Braga", as quais considera serem "a melhor forma de nos integrarmos, porque depois há muitas festas onde participamos".
Centro histórico cada vez mais moderno, mas sem perder a traça antiga
A jovem é percussionista na Equipa Espiral, uma das associações culturais mais presentes em eventos como o São João ou a Braga Romana. "Não há nada melhor para os jovens", frisa a artista de 20 anos, acrescentando que gosta de ver o centro histórico "cada vez mais moderno, mas sem perder a traça antiga".
O crescimento da cidade só traz dores de cabeça no trânsito, assume a bracarense. "Vivo em Real, mas vou a pé para o centro quando preciso", exemplifica Mafalda Rosas, lamentando quando tem de usar o carro para ir para a universidade. "A Avenida da Liberdade é um terror", classifica.
Como ponto forte da cidade, o enfermeiro aposentado destaca a Academia Sénior, dedicada aos idosos do concelho. "É o ponto mais positivo da cidade, porque tirou-me da passividade e tornou-me mais ativo", justifica.
Trânsito é o maior problema da cidade
No plano oposto, destaca os níveis de poluição da cidade, "devido ao trânsito", como um ponto a melhorar. "Pode prejudicar a qualidade de vida", entende o idoso.
O trânsito é, aliás, ponto negativo comum entre Domingos e Mafalda, apesar dos 64 anos de diferença que os separa. A estudante considera que este é "o principal problema" da cidade. A isso, alia "os parques de estacionamento caros, que prejudicam quem trabalha no centro".