Eduardo Costa, de 24 anos, nasceu em Amares (Braga), mas adotou Viana do Castelo como a "sua" cidade. Gosta da proximidade do mar e da tranquilidade. Apesar dos 60 anos a menos que tem relativamente a Orinda Santos, ambos concordam que o "subaproveitamento do jardim público para eventos que dinamizem a cidade" é a principal lacuna.
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O casamento com Manuel Teixeira, natural de Perre, Viana do Castelo, levou-a a fixar-se naquela cidade há mais de meio século. Natural de Chaves, Orinda Santos, de 84 anos, emigrou para França na juventude e por lá conheceu o marido. Trabalhava "no melhor hotel de Paris" e quando teve de deixar aquela cidade para o acompanhar no regresso à terra-natal, fê-lo contrariada. Desconhecia então que se iria apaixonar por aquela cidade à beira mar.
"Gosto muito de Viana do Castelo. Gosto de tudo cá. É diferente de Chaves. Tem o mar, as praias, o rio, um jardim muito bonito, o turismo. Adoro o folclore, as festas d"Agonia. Não perco a romaria por nada", conta Orinda, lembrando que naquele tempo "a cidade era mais morta um bocado, mas modernizou-se muito e agora chama mais gente".
Com menos 60 anos que Orinda, Eduardo Costa, de 24 anos, adotou Viana do Castelo, como a sua cidade, depois de a ter descoberto em 2018. "Vim para cá estudar Turismo na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (do Instituto Politécnico) e fiquei. Concluí a licenciatura no verão passado e passei a viver cá", conta o jovem que, desde que iniciou os estudos trabalha como empregado de balcão no café Girassol, situado em pleno jardim público.
Podiam fazer coisas no jardim para chamar mais gente. Era bom para o comércio
E para Orinda o jardim público, na marginal da cidade, é precisamente o melhor que Viana do Castelo tem. "É o céu... É espetacular. Faço lá todos os dias a minhas caminhadas", diz. Já a falta de eventos para dinamizar a cidade é o que menos lhe agrada. "Podiam fazer coisas no jardim para chamar mais gente. Era bom para o comércio", afirma.
O subaproveitamento do jardim público para eventos que dinamizem a cidade é, apesar da diferença de 60 anos para Orinda, também o que Eduardo considera "menos positivo" na cidade do Alto Minho.
Mas, ainda assim, não faltam motivos ao jovem empregado de mesa para elogiar Viana. Criei cá um circulo muito próximo. Família (vai ser pai em breve), amigos, trabalho. E gosto mais de Viana do que de Braga", afirma, referindo que, antes de se estabelecer naquela cidade, cresceu "numa terra pequena (Amares)" e viveu "numa cidade (Braga) maior e mais populosa do que Viana".
Viana consegue ter a tranquilidade de uma terra mais pequena, mas ao mesmo tempo estamos a cinco minutos de qualquer coisa que precisemos
"Viana é realmente um meio termo, consegue ter a tranquilidade de uma terra mais pequena, mas ao mesmo tempo estamos a cinco minutos de qualquer coisa que se possa precisar, tal e qual uma cidade grande", descreve Eduardo, indicando também que "poder ir ver o mar tão perto também faz muita diferença".
Com uma loja de pronto a vestir (Lusa) em pleno centro histórico, a antiga emigrante é hoje uma espécie de embaixadora da cidade. "Estou sempre a fazer "reclame" a Viana do Castelo. Os turistas vem aqui e eu digo-lhes que não há coisa melhor que esta cidade. Adoro Viana do Castelo", conclui.