Eclipse de domingo será visível em grande parte do planeta mas em Portugal o espetáculo será parcial

Um eclipse total da lua vai pintar o céu de vermelho em grande parte do planeta, por mais de uma hora, no domingo, dia 7 de setembro. Portugal terá a oportunidade de acompanhar o fenómeno, mas a observação da lua vermelha não será assim tão simples. Filipe Pires, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, avançou à Agência Lusa que a lua nascerá parcialmente encoberta pela sombra da Terra, dificultado a visão completa do evento.

"Não será muito fácil" de assistir ao eclipse, uma vez que a Terra ficará entre o Sol e a Lua, pelo que a luz solar que normalmente ilumina a lua, irá estar bloqueada, explica o coordenador de comunicação e investigador daquele instituto. Quando a Lua surgir em Portugal no domingo, estará muito mais escura e com uma tonalidade ligeiramente avermelhada, afirmou.

Filipe Pires detalhou que a única luz capaz de atingir a Lua durante o eclipse é aquela que atravessa a atmosfera terrestre, nomeadamente a luz vermelha, motivo pelo qual o fenómeno é popularmente conhecido como Lua de Sangue. Segundo o investigador, ao observar com a olho nu, a lua apresenta uma cor acastanhada, mas em fotografias é possível captar "muito mais luz que aquela que o nosso olho vê", atingindo tons mais avermelhados.

Em Portugal, o eclipse começará a ser visível "por volta das oito da noite", já encoberta pela terra e com uma aparência relativamente ocultada. O satélite natural irá continuar a sair gradualmente da sombra até aproximadamente as nove da noite. Pelo Algarve e pelas zonas altas do interior, encontram-se os locais com melhores condições de observação do fenómeno.

O investigador sublinhou que este tipo de eclipse não é extremamente raro, ocorrendo aproximadamente a cada seis meses, quando "o plano com que a lua anda à volta da Terra coincide com o plano com que a Terra anda à volta do Sol".

Conforme o portal de notícias Sapo, o eclipse deste domingo poderá ser visto, ao menos parcialmente, por cerca de 88% da população mundial, o que representa mais de sete mil milhões de pessoas. A totalidade do fenómeno será visível para 77% da população global, equivalendo a mais de seis mil milhões de pessoas.