O candidato presidencial, Edgar Silva, defendeu esta sexta-feira, em Silves, no Algarve, a necessidade de se fazer a regionalização do país, sem necessidade, desta vez, da realização de um referendo.
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O candidato do PCP ao Palácio de Belém considera que sente uma "nova dinâmica" na sua campanha, mas que "ainda há muito trabalho a fazer, tendo apelado para que a 24 de janeiro "ninguém fique em casa, (...), para que os valores de Abril triunfem".
Edgar Silva chegou aos Paços do Concelho de Silves às 11:30, onde cerca de meia centena de apoiantes já o esperavam empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem como: "Edgar avança com toda a confiança", "Temos solução, cumprir a Constituição" ou "Edgar presidente, Portugal independente".
O candidato foi recebido na Câmara Municipal pela presidente, Rosa Palma, uma independente que concorreu na lista da CDU e conseguiu vencer, depois de 20 anos em que esta edilidade foi presidida pelo PSD.
Edgar Silva percorreu, em seguida, as ruas mais comerciais de Silves, a maior parte do tempo de braço dado com Rosa Palma, ao mesmo tempo que falava com as pessoas que ia encontrando, tendo entrado em várias lojas de comércio local.
O candidato defendeu o poder autárquico e sublinhou que o presidente da República "é alguém que tem de estar próximo dos cidadãos".
"O Presidente da República devia ser não só a voz avançada da defesa do Poder local. (...), mas também o paladino da defesa da regionalização, das regiões, da visão que a Constituição de Abril consagrou", disse Edgar Silva aos jornalistas.
O candidato considerou que não é necessária a realização de um novo referendo sobre a regionalização e que não se devem criar "mais e mais dificuldades" a esse processo.
Confrontado com as sondagens que não lhe são favoráveis, o candidato comunista desvalorizou, porque estas são apenas "indicativas" e "não conseguem captar a dinâmica crescente que sente nas ruas".
"O filme que eu estou a perceber da campanha de apoios, de entusiasmos que tem vindo a crescer, (...), esse filme tem dinâmica, cor e vida", assegura Edgar Silva.
O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa tinha defendido na quinta-feira, sem nomear ninguém, que as pessoas "não estão a perceber o filme" e por isso são surpreendidas pelas sondagens.
Edgar Silva é membro do Comité Central do PCP e antes foi padre católico na Madeira e ativista contra a exploração infantil no Funchal e arredores.