Assumido e convicto regionalista, Eduardo Vítor Rodrigues dedicou a este tema boa parte do discurso de apresentação da candidatura à liderança da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista, que decorreu este sábado à tarde, na Fundação Eng. António de Almeida, no Porto, perante um lotadíssimo auditório que o ouviu afirmar que "a regionalização não é um luxo dos países ricos, desenvolvidos ou em contexto de prosperidade"
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"Ao contrário do que fazem os nossos adversários, nunca deixarei que a regionalização seja transformada num elemento de circunstância eleitoralista", avisou o autarca de Gaia e atual número dois da Distrital, criticando a oposição social-democrata, para quem aquele instrumento "só vem a jogo quando o país está em grande prosperidade".
"A regionalização é um instrumento de desenvolvimento e estando [o país] em crise ou não, é um instrumento de aprofundamento da qualidade de vida, de crescimento das cidades e das regiões e de emancipação das pessoas. Não estamos à espera de oportunidade para ter regionalização, porque achamos que nunca haverá suficiente prosperidade se não houver uma estratégia de regionalização no nosso país", vincou o também presidente da Área Metropolitana do Porto.
Manuel Pizarro - que no início do mês fez saber que não se recandidataria à liderança da Federação, por entender que não reuniria condições para conciliar esta atividade com o recém assumido cargo de ministro da Saúde - avisara logo que "quem vem a seguir é um camarada que vai levar o PS Porto mais longe". E Eduardo Vítor quer levá-lo aos jovens, em quem quer "focar" as políticas do PS, para lhes "lembrar que vale a pena não alinhar no discurso populista". Por isso, "a Federação Distrital do Porto dedicará todo o seu ano de 2023 ao tema da juventude, tentando captar os jovens para a participação e cidadania".
"É na política e nos partidos que se constrói a democracia", vincou o candidato à Distrital do PS, que, sob o lema "Todos contam", apelou aos mais novos que "participem" e evocou a própria história de vida, contando que "foi graças aos serviços públicos de saúde e de educação que um jovem que não tinha as condições mínimas para pagar propinas pôde concluir um curso universitário com sucesso". E agradeceu: "sou filho dos meus pais e do estado social".