No jogo de contar espingardas para as diretas de 11 de janeiro no PSD, há uma espécie de primeira e segunda liga, em que Miguel Morgado aparece no fundo da tabela, ainda sem apoios públicos conhecidos numa fase em que admite andar a recolher as necessárias 1500 assinaturas para formalizar uma candidatura.
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Na primeira liga, Rui Rio e Luís Montenegro formam algo similar a um Benfica vs FC Porto, enquanto Miguel Pinto Luz, o único que já entregou algumas assinaturas, tenta obter pontos para ambicionar uma subida de divisão.
A luta pelo maior número possível de apoios leva à ostentação das listagens ao nível concelhio. Rui Rio tenta fugir ao habitual rol de nomes de notáveis, destacando, na página da candidatura, testemunhos de militantes de base, desde cozinheiros, a advogados, professores e artistas plásticos.
Mas não resiste a evidenciar o apoio de líderes distritais como os de Braga (José Manuel Fernandes), Bragança (Jorge Fidalgo), Guarda (Carlos Peixoto),Vila Real (Fernando Queiroga), Aveiro (Salvador Malheiro) e Lisboa Oeste (Duarte Pacheco). E Lina Lopes, a coordenadora nacional das Mulheres Social-Democratas.
"Notáveis" divididos
Na usual "luta" pelas bases, Rio está, para já, a ganhar pontos a Luís Montenegro, que só tem a seu lado Rui Rocha (líder distrital de Leiria) e Pedro Alves (líder distrital de Viseu). Já Miguel Pinto Luz conta com o líder do PSD/Setúbal, Bruno Vitorino, e é próximo do novo líder da distrital de Lisboa, Ângelo Pereira.
No campeonato dos nomes "sonantes", Montenegro soma e segue, com os ex-governantes Rui Machete, Maria Luís Albuquerque, Jorge Barreto Xavier, Aguiar-Branco, além do ex-putativo candidato Pedro Duarte e de ex-deputados como Luís Menezes, Luís Vales, Leitão Amaro, Emídio Guerreiro, ex-líderes da JSD como Simão Ribeiro e autarcas como o de Viseu, Almeida Henriques.
Por sua vez, Rio acena com os ex-líderes Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite, além de ex-governantes como Silva Peneda e Maria da Graça Carvalho e o ex-deputado Guilherme Silva.
Miguel Pinto Luz, que tem do seu lado um dos críticos internos mais mediáticos, o ex-deputado José Eduardo Martins, conta com o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva; com o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves; com o ex-líder da Concelhia de Lisboa, Mauro Xavier; e com o líder do PSD/Oeiras, Alexandre Luz.
Rio lamenta número "relativamente baixo" de militantes que podem votar
O líder do PSD admitiu, ontem, que o número de militantes do partido com quotas pagas é "relativamente baixo", mas espera que "suba bastante" até 22 de dezembro, quando fecham os cadernos eleitorais. "O universo eleitoral há dois anos era de 70 mil e votaram 40 mil. Neste momento, estamos a rondar os 20 mil. Espero que até 22 de dezembro se suba bastante. Mas isso vai dar a fotografia real dos militantes realmente ativos e com vontade. Vai dar a realidade, aquilo que o PSD efetivamente é e não vale a pena tapar o sol com a peneira", disse, defendendo o atual sistema de pagamento de quotas.