
João Trigo, diretor do Colégio do Rosário
Lisa Soares/Global Imagens
Não há uma receita que, por si só, explique o sucesso do Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que ano após ano ocupa lugares de topo nos rankings das secundárias. Mas há um conjunto de ingredientes que, na dose certa e bem misturados, ajudam a formar "alunos e pessoas excecionais", com vontade de fazerem "sempre melhor".
Nos rankings deste ano, e de acordo com os critérios do JN, o Colégio do Rosário regressa à posição de melhor escola do país, igualando a classificação de 2010. Um resultado notável que, na opinião do diretor, vale, principalmente, pela consistência.
"Assumidamente trabalhamos para ter estes resultados, mas isto é apenas uma pequena parte do que nos preocupa enquanto escola", realça João Trigo, notando que o Rosário "tem dimensões educativas que ultrapassam em muito o resultado académico". No final, o aluno beneficia de uma formação mais completa que acaba por refletir-se nas notas. "Mais interessante é o facto de estarmos sempre nas primeiras posições, mostra que não é fruto de uma boa fornada de alunos", defende João Trigo.
"De facto, não é uma fornada, o Rosário é praticamente uma "fábrica" de bons alunos. E não são escolhidos a dedo, garante o diretor, porque a maioria entra no pré-escolar e no básico. Uns são melhores, outros são piores e vão sendo moldados, à medida das suas necessidades, para se aproximarem da perfeição. Aqui entra o "ingrediente" professor, fundamental no processo formativo. Os alunos são os primeiros a admiti-lo.
João Maia e Madalena Pérez, alunos do 12.o ano, não se cansam de elogiar a disponibilidade dos docentes. "Estão muito presentes, ajudam-nos imenso, tiram-nos dúvidas em qualquer hora. A minha diretora de turma, por exemplo, é a mesma desde o 10.o ano, e é como uma segunda mãe", assegura Madalena, que no 11.o ano conseguiu a proeza de tirar 20 valores no exame de Biologia. Sempre foi boa aluna, tem uma média de 19 e quer manter a fasquia para entrar em Medicina.
João é também excelente aluno, mas nem sempre foi assim. "No 5.o ano não tinha nenhum cinco", recorda. Quando começou a pensar em Medicina, mudou de atitude e decidiu "investir mais" nos estudos. Logo percebeu que, no Rosário, tinha ao seu alcance todas as ferramentas para estar entre os melhores. No 11.0 ano, tirou 20 valores no exame de Física e Química. "Temos professores muito bons, aulas com as turmas divididas e mais tempo letivo. É isso que faz a diferença", resume João.
Alice Cação, professora de Física e Química do Secundário, não se cansa de aconselhar os alunos a darem o seu melhor em tudo. Quando percebe que um está mais atrasado, promove aulas semanais extra para "repescá-lo". "Eles sabem que estamos cá para os fazer chegar ao topo e correspondem", garante a professora.
