Nos últimos 20 anos, 274 crianças faleceram e outras 617 necessitaram de internamento hospitalar devido a afogamentos acidentais, revela a Associação Para a Promoção da Segurança Infantil (APSI). Os dados dos 891 afogamentos foram recolhidos através de notícias publicadas em jornais e apontam para um declínio ao longo dos anos. APSI e GNR alertam as famílias para os cuidados a ter nas férias.
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Após 20 anos de campanhas de sensibilização para prevenir os afogamentos acidentais de crianças e jovens, promovidas pela GNR e a APSI, foi divulgado esta sexta-feira o relatório que analisa estes incidentes no período entre 2002 a 2021. Em 20 anos, registaram-se 891 afogamentos de crianças, resultando em 274 mortes. Só em 2020 registaram-se 14 mortes por afogamento, valor considerado "excecionalmente alto" no relatório produzido pela APSI. Desde 2016 que não se registavam valores que ultrapassavam as dezenas.
Por cada criança vítima de um afogamento acidental, segunda causa de morte apontada entre os crianças e jovens, duas acabam internadas a receber cuidados hospitalares. Por norma, os tratamentos resultantes de afogamento em crianças são prolongados devido a mazelas sofridas nos pulmões e vias respiratórias, podendo constituir um encargo financeiro e pessoal bastante elevado para os familiares, alerta a APSI.
Mais mortes em praias e rios
As ocorrências de afogamento são mais elevadas na faixa etária até aos 4 anos mas morrem mais jovens entre os 15 e os 19 anos. A maior parte das mortes são em rapazes e em praias e rios. Nos mais novos, a maior probabilidade de afogamento ocorre em piscinas ou em tanques.
Embora sejam reportados incidentes durante todo o ano, os afogamentos são mais prevalentes nos meses de junho, julho e agosto, devido a preferência das famílias por passarem férias junto a praias ou piscinas.
Os resultados do relatório foram obtidos com informações retiradas de notícias de jornais, assim como dados estatísticos concedidos pelo Instituto Nacional de Estatística, Administração Central do Sistema de Saúde e INEM, onde se comprova uma diminuição do número de casos de afogamento ao longo dos anos.
Para continuar a promover a diminuição de acidentes, a GNR promove, em conjunto com a APSI, a campanha "A morte por afogamento é silenciosa e rápida" que irá decorrer entre 15 de julho e 15 de setembro.
Esta campanha de sensibilização pretende alertar pais e familiares para os perigos que as crianças correm ao estarem desprotegidas e sem supervisão junto a uma massa de água de modo a "salvar vidas que ainda mal começaram".