Projeções do Instituto Nacional de Estatística colocam Portugal com 8,3 milhões de residentes em 2100. População em idade ativa afunda-se e crianças não chegam a um milhão
Corpo do artigo
Até 2029, Portugal poderá continuar a ganhar residentes, até aos 10,9 milhões, mas, daí em diante, entra em declínio, podendo chegar a 2100 apenas com 8,3 milhões. Num contínuo estreitar da base da pirâmide etária - o número de crianças não chegará a um milhão - e alargamento do topo - com os idosos a representarem mais de 37%. Com a Grande Lisboa, no início da década de 2080, a destronar o Norte como a região mais populosa, que, por sua vez, perderá quase metade dos residentes, passando a ser a mais envelhecida. Pelo meio, o país arrisca-se a perder 2,6 milhões de pessoas em idade ativa.
As projeções da população residente para 2100 são traçadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que trabalhou quatro cenários. Os dados referidos reportam ao cenário dito central, ou seja, de recuperação moderada dos níveis de fecundidade (para 1,5), aumento da esperança de vida à nascença (acima dos 90 anos) e decréscimo dos saldos migratórios positivos (+25.488). Em linha, aliás, com as projeções avançadas pelo gabinete de estatísticas europeu. Assim, e sem surpresa, apenas a Grande Lisboa, Setúbal e Algarve continuarão a ganhar residentes. Enquanto o Norte, atualmente com 3,692 milhões de habitantes, poderá registar um decréscimo de 47%, ficando abaixo dos dois milhões.