Famílias em luto têm de se reerguer sozinhas: não têm apoio psicológico, nem financeiro.
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No dia 16 de março, Esmeralda Rodrigues perdeu a filha Mariana, de quem cuidou a vida toda. Nesse mês, a Segurança Social já não depositou o subsídio que a jovem de 25 anos recebia, por ter um grau de incapacidade de 95%. A aguardar o pagamento de cerca de 220 euros de subsídio de funeral, a mãe teve de ir pedir apoio ao Banco Alimentar Contra a Fome, pois tira todos os meses 150 euros dos 480 que recebe de reforma por invalidez para pagar as despesas à funerária.
“Assim que a pessoa fecha os olhos, acabou-se. É uma pouca-vergonha”, observa Esmeralda Rodrigues, 59 anos. Revoltada com o facto de os cuidadores receberem uma verba tão pequena para ajudar a pagar o funeral, que custou cerca de dois mil euros, gastou todas as poupanças para pagar metade do valor e só se vai libertar da dívida em outubro.