Na terça-feira à noite, durante o seu passeio noturno inusitado na zona dos jardins de Belém, o presidente da República acabou por dar uma lição de história que o levou até ao beco dos Távoras, em Lisboa. O lugar, cheio de simbolismo, representa a traição dos Távoras contra o rei D. José I.
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Após um longo e demorado passeio pelos jardins do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por levar os jornalistas que o acompanhavam até um beco pouco conhecido da cidade de Lisboa para acabar a dar uma lição de história.
Questionado pelo repórter da RTP sobre o porquê de os ter conduzido àquele lugar, o presidente da República respondeu que foi "para mostrar à comandante [que o acompanhava] o obelisco". Acrescentou, ainda, que o monumento "representa o sítio onde foi feito o julgamento e onde foram executados os Távoras, no tempo do Marquês de Pombal, que tinham, alegadamente, tentado matar o Rei D. José. A sucessora, a rainha D. Maria mandou salgar o chão para não haver mais habitações à volta", disse.
O lugar, conhecido pelo beco dos Távoras, está repleto de significado político, uma vez que está relacionado com uma traição ao rei D. José I, em 1758. É o local onde viviam os Távoras, a família que tentou assassinar o rei. Após a tentativa de homicídio, a família foi condenada à morte em praça pública e, D. Maria I, filha mais velha de D. José I, mandou salgar o chão para que nunca mais fossem construídas habitações naquele lugar.
Marcelo Rebelo de Sousa admitiu já la ter ido algumas vezes mostrar o monumento a outras pessoas porque "é um monumento muito simples mas pouco conhecido". E mais nao disse, reafirmando que só falará da atual situação política do país na quinta-feira, após a reunião do Conselho de Estado.