
Marta e Tiago, colegas do 10.º ano com diferentes carreiras à sua espera
Duarte Silva / Global Imagens
O ensino musical potencia capacidades, mas não explica tudo. Hábitos de leitura ou o envolvimento dos pais também contribuem para o desempenho do Conservatório de Música do Porto, a melhor instituição de ensino público da cidade em termos de 9.º ano.
O docente Hélder Taveira refere que "o denominador comum é o interesse dos pais pelos resultados dos filhos". Na opinião deste professor de Matemática, a chave do sucesso escolar está também no elevado nível cultural dos alunos. Conta, a propósito, que é comum vê-los a ler um livro nos intervalos.
Professora de Português, Lina Tavares acrescenta as mais-valias proporcionadas pelo ensino da música, como a concentração, que os alunos aplicam noutras disciplinas. E aponta ainda a cooperação entre professores e o bom ambiente: não há violência, absentismo, abandono escolar. "Os pais vêm muitas vezes à escola, mas, em geral, não é para ouvir queixas, é para ouvir música", conclui.
Em 2012, esta foi a melhor escola pública nas provas do 9.º. Mas, então como agora, não se fez alarido. "Os números preocupam-nos enquanto indicadores num processo de melhoria interna que queremos continuar a ter", diz o diretor. Sem desvalorizar o resultado dos exames, António Moreira Jorge lembra outra realidade: "Temos imensos alunos premiados em concursos nacionais e internacionais". Só no ano passado, foram mais de 80.
Futuro compositor, Tiago Sousa confessou-se "bastante feliz" pelo lugar do Conservatório no ranking. Isto, apesar de nem ser fã da Matemática, o que não deixa de ser curioso para quem é da música. Justificação: "Uma coisa é contar até quatro, outra é fazer equações de 2.º grau". Batalhas que não atrapalham Marta Lopes. Sentindo um "quase orgulho" por ter contribuído para o resultado final, a violoncelista assume que, comparando com Português, é na Matemática que sente "mais facilidade".
