O número de portugueses a emigrar está a cair há seis anos consecutivos. No ano passado, saíram pouco mais de 28 mil pessoas para o estrangeiro, menos 10,7% do que em 2018.
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A queda nas saídas contrasta com o aumento de imigrantes que passaram a viver em Portugal, um número que disparou em 2019 com a entrada de quase 73 mil imigrantes permanentes no país, mais 68,5% em relação a 2018. Pelo terceiro ano consecutivo, o saldo migratório é positivo: há mais gente a entrar do que a sair.
As Estatísticas Demográficas do INE revelam que são as migrações que explicam o aumento da população residente em Portugal - estimada agora em 10,3 milhões - após nove anos de queda. Aliás, no ano passado, Portugal registou mais 19 mil habitantes em relação a 2018. A Área Metropolitana de Lisboa e as regiões Centro e Norte, a par da Região Autónoma da Madeira, são aquelas onde se regista um aumento da população. A capital é recordista, conta mais 16.940 habitantes.
E se há cada vez menos portugueses a emigrar - eram 49 500 em 2014 e foram 28 200 em 2019 -, entre os que escolhem sair 94% está em idade ativa. Mas o número de quem vem viver para Portugal compensa. Dos 72 725 imigrantes que entraram no país no ano passado, 95% são crianças, jovens ou adultos em idade ativa. Muitos são portugueses ou filhos de portugueses que emigraram e que estão a regressar ao país. Prova disso é que cerca de 17% dos imigrantes que chegaram em 2019 nasceram em Portugal e 36% já tinham nacionalidade portuguesa. Vêm do Brasil, Reino Unido, França, Angola e Venezuela.
Ainda assim, no último ano, quase 30.500 estrangeiros adquiriram a nacionalidade portuguesa, um número superior ao de 2018 (28 856). Mas o país, à semelhança do resto da União Europeia, continua sem conseguir inverter a tendência de envelhecimento da população, em resultado da baixa natalidade. É o quarto da UE com maior percentagem de idosos. Desde 2014, Portugal perdeu 93 mil jovens e 160 mil pessoas em idade ativa. Em contrapartida, o número de pessoas idosas aumentou 175 mil.
Mais filhos
Apesar de a natalidade continuar a cair, o número de filhos por mulher tem vindo a aumentar. Em 2014, era 1,23 e, em 2019, 1,42.
Mães mais velhas
A idade média das mulheres ao nascimento de um filho é 31,4 anos, enquanto a idade média em que foram mães do primeiro filho aumentou para 29,9 anos.