País deixa partir gente muito jovem e com formação de qualidade.
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"Continuam a sair muitos portugueses de Portugal, os quais emigram pela primeira vez, particularmente para o Reino Unido, Suíça, França e Luxemburgo", afirmam os coordenadores da Pastoral das Comunidades de Língua Portuguesa da Europa.
Reunidos em Londres, de 8 a 10 do mês corrente, sob a presidência do bispo D. António Vitalino Dantas e com delegados do Reino Unido, Alemanha, França, Suiça, Luxemburgo, Bélgica e Holanda, referiram que "a tipologia desta nova emigração é diversa da do passado, pois é essencialmente constituída por gente muito jovem, com formação académica, técnica e profissional. Muitos destes novos emigrantes levam consigo todo o agregado familiar, com filhos muito pequenos, em idade escolar".
Essa nova realidade põe problemas novos aos agentes pastorais. Vão nesse sentido as conclusões do encontro de Londres: "Para tornar mais efectiva a ajuda aos nossos emigrantes, (…) a figura do coordenador nacional continua a ser de importância vital, pois nota-se que onde a Coordenação Nacional está bem organizada, também a pastoral está e funciona melhor".
O importante é que "os agentes pastorais devem interagir junto dos emigrantes e das suas famílias para aproveitarem as estruturas de formação do país de acolhimento em ordem à sua promoção humana e profissional integral e, assim, estarem mais preparados para enfrentar as crises que se lhes vão deparando ao longo da vida".
Os agentes pastorais reunidos em Londres consideram que a sua missão prioritária diz respeito à iniciação cristã. Nesse sentido, entendem que é necessário "encontrar novas formas adaptadas à mutação cultural e à tipologia das novas gerações". Repetiu-se ali, mais uma vez, "a necessidade de rever as estruturas de catequese, de pastoral dos jovens, de pastoral sacramental e de pastoral da família".
Os delegados europeus da emigração sublinharam que é preciso "ajudar os emigrantes a interagir de modo responsável na sociedade e na Igreja de acolhimento, de modo a não se tornarem invisíveis e insignificantes na sociedade e poderem vir a exprimir e viver a sua fé na língua do país de acolhimento".
Também foi destacada "a necessidade de uma atenção pastoral particular aos doentes e idosos, tendo em conta o envelhecimento das primeiras gerações e muitos viverem em situação de solidão, isolamento e fragilidade física".