O Reino Unido é o país para onde os portugueses mais emigraram em 2021. A emigração aumentou, com mais 15 mil portugueses a saírem de Portugal em 2021 do que em 2020, num total de cerca de 60 mil, segundo o relatório da emigração apresentado, esta manhã de quarta-feira, em Lisboa.
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Os portugueses continuam a preferir emigrar para a Europa, com o Reino Unido a tornar-se o principal país de destino da emigração portuguesa: 12 mil portugueses escolheram este destino em 2021, depois do decréscimo registado em 2020. Seguem-se a Espanha e a Suíça com oito mil cada, países para os quais também se verificou uma interrupção na tendência decrescente de fluxos. A França e a Alemanha, com a entrada de seis mil emigrantes cada, fecham o top dos países com mais de cinco mil portugueses por ano. Fora da Europa, Angola e Moçambique são os principais países da emigração portuguesa.
Ainda na Europa, com valores superiores a mil entradas anuais, encontram-se Luxemburgo (quatro mil), Holanda (três mil), Bélgica (três mil, em 2020) e Dinamarca (duas mil). Fora da Europa, os principais países de destino da emigração portuguesa integram o espaço da CPLP: Angola (duas mil em 2019) e Moçambique (mil em 2016, último ano para o qual existem dados disponíveis). Registou-se ainda um crescimento da importância relativa da Escandinávia e do Benelux enquanto regiões de destino da emigração portuguesa.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse, esta quarta-feira de manhã, que "as oportunidades criadas na última meia dúzia de anos e as melhorias nos nossos indicadores económicos, levaram a uma tendência de queda gradual da emigração". "Em 2021, emigraram mais 15 mil portugueses do que em 2020, mas manteve-se uma tendência de diminuição gradual. Em 2021 emigraram metade dos que emigraram em 2013", referiu.
Emigração sobe
Estimam-se que tenham emigrado em 2021 cerca de 60 mil portugueses, mais 15 mil do que em 2020, ano em que se registou uma quebra sem precedentes de quase metade do número de emigrantes, devido ao impacto da pandemia nos fluxos migratórios, entre outros fatores. De acordo com o relatório da emigração de 2021, "se em 2020 se registou o número mais baixo de emigrantes registado nos últimos 20 anos, 2021 também fica muito aquém dos valores das últimas duas décadas". Desde 2003, à exceção de um pico em 2013, tem-se registado uma tendência de descida na emigração.
Na nota introdutória do documento, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, refere que "emigraram, em 2021, metade dos portugueses que o faziam em 2013", um dado que considera "de grande importância". "O crescimento económico, a retoma financeira, a criação de emprego e oportunidades que se registou desde 2015 em Portugal, numa trajetória ascendente dos nossos indicadores económicos, permitiu criar alicerces fortes para um declínio gradual da nossa emigração", justifica.
Representação no Luxemburgo
Em 2021, entre os novos emigrantes, os portugueses foram a segunda nacionalidade mais representada no Luxemburgo (país em que representaram perto de 15% do total de entradas de imigrantes neste país), a terceira em Macau (3,8%) e a quarta na Suíça (5,3%). No que respeita ao Brasil, mesmo representando apenas 2% do valor total de entradas de estrangeiros, os portugueses foram a décima quinta nacionalidade mais representada entre os novos imigrantes.