Disponibilização em agosto deixou "escasso período de tempo para impressão e distribuição", diz Porto Editora.
Corpo do artigo
A emissão tardia, em meados de agosto, dos "vouchers" está a pressionar a produção das editoras, havendo alunos que, após resgate, aguardam ainda pelos manuais escolares. Exceção feita aos livros do 1.º Ciclo e dos 7.º e 10.º anos. Neste momento, foram emitidos seis milhões de vouchers através da plataforma MEGA.
Questionada pelo JN sobre dificuldades de acesso a manuais dos 8.º e 9.º anos, o Grupo Porto Editora frisa estar "a fazer tudo o que está ao alcance para que o abastecimento dos livros escolares se conclua da melhor forma". O grupo, que engloba a Porto Editora, Areal Editores e Raiz Editora, recorda que o "facto de o ano letivo passado ter sido prolongado em duas semanas atrasou a emissão dos vouchers - que aconteceu em meados de agosto, em vez de se dar ainda em julho, como nos anos anteriores". Situação que deixou, "assim, um escasso período de tempo para a impressão e distribuição dos livros".
Problema para o qual a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros já havia alertado, a 18 de agosto. "Apesar dos sucessivos apelos, os editores continuam a aguardar da parte do Ministério da Educação a informação quanto ao número de vouchers que emitirá para cada manual escolar daqueles anos de escolaridade [5.º, 6.º, 8.º, 9.º, 11.º e 12.º anos], aspeto essencial para que se possa adjudicar a respetiva produção às gráficas e, depois, assegurar a distribuição pelo país". Excetuando Matemática, os manuais dos 7.º e 10.º anos são novos, com um período de vigência de seis anos.
Conforme o JN noticiou, a 7 de setembro, ainda havia alunos de 170 agrupamentos de escolas públicas e de escolas secundárias não agrupadas de todo o país a aguardarem pela emissão dos vouchers.
Gráficas pressionadas
O Grupo Porto Editora sublinha, por último, "que imprimir os livros e distribuí-los por todo o país, chegando a mais de 600 mil famílias, é um processo logístico extremamente complexo que requer mais tempo do que as editoras dispuseram este ano". O que, consequentemente, "está a causar enorme pressão em todas as estruturas e nos recursos humanos".
De acordo com informação veiculada anteontem pela tutela, já foram emitidos seis milhões de vouchers através da MEGA, com os resgates na casa dos 80%. Em comunicado, o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues, estima que "as movimentações que ainda ocorram, por parte das escolas, sejam muito residuais".
O JN tentou, sem sucesso, ouvir o Grupo Leya.