O presidente da Associação Portuguesa dos Empresários de Diversão deu, esta quinta-feira, uma semana ao Governo para dar uma resposta sobre os problemas do setor, ameaçando com novos protestos.
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"Em janeiro cá estaremos sem fita-cola, mas com caravanas e divertimentos, porque se não temos condições de trabalho não temos de ficar no interior de Portugal ou no Alentejo", disse Luís Paulo Fernandes, empresário da diversão.
Depois de terem estado concentrados em protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, os representantes da Associação Portuguesa dos Empresários de Diversão (APED) foram recebidos por um assessor de António Costa que lhes pediu para fazerem menos barulho e lhes dirigiu algumas palavras.
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"O assessor disse que o assunto já era conhecido, que nós, através das manifestações, já tínhamos voltado a relembrar os políticos e que, se tínhamos sido recebidos pelos grupos parlamentares, o assunto voltava', afirmou Luís Paulo, acrescentado que saiu em direção a Belém com fita-cola na boca.
Os 100 manifestantes seguiram para Belém, para a residência oficial do Presidente da República.
Luís Paulo Fernandes referiu que não conseguiram, mais uma vez, ser recebidos, porque lhes foi dito "pelo secretário que os recebeu que o assessor competente não estava".
"No entanto, o secretário disse que o Presidente já devia ter conhecimento e que estavam a preparar uma resposta. Já comunicámos com o Presidente desde que foi eleito, mas precisamos de viver e de nos sustentar", frisou.
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Luís Paulo Fernandes deslocou-se entretanto para o Parque das Nações, onde decorre a cimeira tecnológica Web Summit e onde espera, juntamente com os empresários em protesto, tirar uma fotografia com o Presidente.
"Vamos tentar ver onde estão as startup e dizer ao Presidente que nós somos startdown" disse, acrescentando que Marcelo Rebelo de Sousa quebra tantas vezes o protocolo que irá também quebrar desta vez para tirar a fotografia.
Os empresários, que cumprem esta quinta-feira o terceiro dia de protestos pela "sustentabilidade da atividade", pretendem voltar a ter alvarás de cultura que lhes permitam descer o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de 23% para 13%.
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Desde 2013 que estes empresários lutam pela aplicação da resolução 80/2013, aprovada por todos os partidos políticos no parlamento e publicada em Diário da República.
O documento "recomenda ao Governo o estudo e a tomada de medidas específicas de apoio à sustentabilidade e valorização da atividade das empresas itinerantes de diversão".
Na quarta-feira, Luis Paulo Fernandes avançou ter sido recebido por todos os partidos com representação parlamentar, que salientaram a necessidade de baixar o IVA para aquele tipo de entretenimento.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa dos Empresários de Diversão, todos os partidos concordaram com a resolução aprovada em 2003 e afirmaram que "tomam já a iniciativa e conseguem já fazer um acordo ou apresentarão um projeto-lei com as medidas que estão na resolução".