São 101 ao todo, entre elas a Caixa, a Galp e a TAP. Também querem subir, em 7%, o número de licenciados a ganhar 1320 euros. Marcelo apoia iniciativa.
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Há 101 grandes empresas que se comprometeram a aumentar em 14% o número de jovens contratados até 2026, tendo também aceitado subir, em 7%, o número de jovens licenciados a ganhar, no mínimo, 1320 euros/mês. O "Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens", promovido pela Fundação José Neves (FJN), propõe aos jovens o reforço da "oportunidade de construírem carreiras", acenando às empresas com a possibilidade de verem crescer o seu leque de "recursos e talento". A primeira reunião de signatários é hoje e terá a presença do presidente da República.
"Portugal tem um nível muito elevado de desemprego jovem", sublinha o presidente executivo da Fundação José Neves, Carlos Oliveira. Ao JN, lamenta também o facto de os salários dos jovens portugueses "corresponderem a 55% dos salários dos jovens europeus", além de 56% dos contratos serem temporários. Perante este cenário, "é fácil perceber que é preciso fazer alguma coisa", refere.
"Acelerar a mudança"
Foi por isso que a FJN quis dar um "incentivo" para mitigar o problema. Carlos Oliveira explica que foram envolvidas "as entidades que podem fazer alterações com significado": por um lado as empresas e, por outro, o Governo, que pode melhorar o "contexto" em que as primeiras criam emprego. Juntas, terão a missão de "dar um sinal forte de que estão a acelerar a mudança", frisa.
O "Pacto" propõe quatro eixos de medidas: o primeiro é atrair e reter trabalhadores com menos de 30 anos (com incentivos fiscais e flexibilização de horários), seguindo-se o reforço do "emprego de qualidade"(incluindo "condições salariais dignas" e mais apoios a empresas que apostem na contratação permanente).
O terceiro eixo visa apostar mais na formação contínua dos jovens contratados, estreitando também a relação entre educação e mercado de trabalho. O último propõe estimular a participação dos trabalhadores mais novos na vida laboral.
Em concreto, além dos aumentos de 14% na contratação de jovens e de 7% no pagamento de salários superiores a 1320 euros, o "Pacto" também propõe a subida, em 10%, do número de jovens com contrato sem termo até 2026. As 101 empresas comprometem-se a incrementar, em 7%, o total de jovens que permanecem em funções durante dois anos e a aumentar, em 3%, o número de licenciados a trabalharem em funções adequadas às qualificações.
E o que ganham as empresas? Essencialmente, garantem "os recursos e o talento necessários" para as suas atividades, responde Carlos Oliveira. Além disso, frisa que os jovens têm não só "qualificações e competências adequadas" como possuem "uma perspetiva mais futurista do mundo".
Empresas diversas
As 101 empresas pertencem às mais variadas áreas. Vão desde a banca (Caixa, BCP, BPI) às comunicações (Vodafone, NOS), passando pela energia (EDP, REN, Galp), construção (Mota-Engil) ou transportes (TAP). Carlos Oliveira acredita que todas levarão o "Pacto" a sério, até porque se "comprometeram publicamente" com ele.
A reunião dos signatários decorre hoje, em Lisboa. Além do presidente da República - que confere o seu alto patrocínio à iniciativa -, também estará presente a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.