A greve dos enfermeiros, convocada pelo Sindicato dos Enfermejros Portugueses (SEP), entre as 8e as 12 horas desta terça-feira, paralisou o bloco operatório e a cirurgia de ambulatório do Hospital de Viseu.
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Meia centena de enfermeiros da Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão Lafões concentrou-se à porta do hospital. À nova administração, exigem o fim dos contratos precários e a contabilização de pontos para efeitos de progressão de carreira.
“Temos aqui mais de 70 enfermeiros com contratos precários, alguns já do tempo da pandemia, e que a instituição teima em não transformar em contratos sem termo”, denunciou o dirigente nacional, que estima que falte uma centena de enfermeiros na ULS Viseu Dão Lafões.
Alfredo Gomes referiu que a não contabilização de pontos tem prejudicado muitos enfermeiros que acabam por ficar “duas ou três posições remuneratórias atrás” de outros colegas.
É o caso de Liliana Loureiro, enfermeira que tem três anos de pontos por contabilizar. “Estou a ganhar como recém-licenciada”, revela a profissional de saúde.
Mas o caso de Liliana não é único. Renato Santos, enfermeiro há 20 anos, tem sete anos por contabilizar. “Permitia-me progredir na carreira e ter uma diferença salarial significativa”, lamenta o enfermeiro.
Mas as desigualdades não se ficam por aqui.
O SEP explicou que há enfermeiros “com contrato de trabalho de funções públicas, que têm mais um dia de férias por cada dez anos de serviço” e há “outros que trabalham no mesmo serviço e só porque têm contrato de trabalho individual de trabalho não têm direito a esse dia”.
Ao novo Conselho de Administração da ULS, que tomou posse a 1 de agosto, foi entregue uma moção e pedida uma reunião urgente para “tentar encontrar soluções para todos estes problemas”.
O mês de agosto vai ser de concentrações em vários pontos do país. A próxima ação de luta vai ser já no próximo dia 9 de agosto, em Évora, com uma greve parcial das 12 às 16 horas. No mesmo dia, à porta do Hospital Prisional de Caxias, haverá uma concentração às 10 da manhã.