Ordem dos Engenheiros - Região Norte lança roteiro para atrair jovens para os cursos de engenharia, mostrando a sua importância da profissão na sociedade
Corpo do artigo
Para promover a profissão de engenheiro, mostrar que é uma profissão com futuro e que tem elevada taxa de empregabilidade, a Ordem dos Engenheiros - Região Norte (OERN) lançou o programa "Há Engenharia em mim", um roteiro que começou esta sexta-feira na Escola Secundária Abade, em Bragança.
Esta iniciativa vai levar ao ensino básico e secundário, processos simples da engenharia para conquistar o interesse dos alunos pelas ciências exatas. "É um programa que criamos na região Norte. Começamos por Bragança para promover as engenharias", explicou Bento Aires, presidente da OERN.
A importância das 34 engenharias guia este roteiro que, em Bragança, demonstrou em especial o impacto das engenharias Agronómica e Florestal nesta zona, nomeadamente no castanheiro, uma das principais culturas.
Os 30 hectares de soutos de que João Martins é proprietário em Bragança são um laboratório vivo do que a engenharia permite no terreno. "No combate às doenças, como o cancro, através da aplicação de um produto; contornar a doença da tinta, com a plantação de híbridos; a praga da vespa da galha do castanheiro, pela luta biológica; os conselhos para a não mobilização dos solos para prevenir outras maleitas do castanheiro ou a implementação da rega gota a gota para minimizar os efeitos da seca. Em tudo isto o apoio das engenharias do Instituto Politécnico de Bragança é essencial", referiu João Martins.
Para Bento Aires, as engenharia Agronómica e a Florestal são profissões de futuro "onde há emprego".
A iniciativa teve ainda uma ação prática na escola Abade de Baçal, onde os alunos foram desafiados a construir um pequeno robô em Lego. "Esta tarefa junta várias engenharias: construção, mecânica e robótica. Nós queremos consciencializar os jovens para a engenharia como uma proposta profissional. É uma aposta da Ordem a médio ou longo prazo porque não vamos ter resultados práticos imediatos, mas daqui por três, seis ou oito anos poderemos ter, para aumentar o número de profissionais", referiu Aires.
Com a Informática a revelar-se a "área sexy" da engenharia, admitiu o presidente da OERN, outros cursos, como Civil, Florestal ou Agronómica "ficam vazios".
Prática
Os alunos são desafiados a construir um robô e no final de cada sessão uma equipa é premiada pelo seu trabalho. Para (re)descobrirem o sentido prático pela engenharia, numa vertente lúdico-pedagógica "hands on", tendo por base uma ferramenta de aprendizagem STEAM, que junta ciência e tecnologia.
Evolução
Os estudantes foram confrontados com a evolução tecnológica. Receberam de presente um "pager", objeto que há menos de 30 anos servia para contactar pessoas através de sinais áudio que indicava a receção de uma mensagem. Uma inovação atualmente ultrapassada por telemóveis. "Isto é engenharia", vincou Bento Aires.
Inovação
O roteiro incluiu uma visita ao Centro de Investigação de Montanha (CIMO), em Bragança, onde se desenvolvem projetos de investigação ligados ao conhecimento da natureza (matérias-primas, recursos naturais e agricultura e manejo florestal) até produtos finais (alimentos ou biomateriais).