A produção de equipamentos de proteção individual em Portugal poderá arrancar já na próxima semana. Esta é a expetativa do responsável pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário - Citeve, Braz Costa, que esta sexta-feira deu a conhecer ao primeiro-ministro, António Costa, o resultado do trabalho que tem desenvolvido, nomeadamente ao nível de teste de matérias-primas e processos para a produção.
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Segundo Braz Costa, na próxima semana já haverá condições técnicas para avançar para a produção de equipamentos como batas, tapa botas, toucas e máscaras de utilização múltipla para serem usadas por quem não é profissional de saúde.
No caso das máscaras destinadas aos profissionais de saúde, Braz Costa diz que se trata de um processo "mais exigente". É preciso combinar a "respirabilidade e a capacidade de filtração e tratar as duas em simultâneo" contudo "uma é inimiga da outra". "Temos na calha materiais que vão permitir fazer este tipo de máscaras, mas ainda não estão confirmados porque são importados", adiantou o responsável.
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"As condições técnicas de especificação e matéria primas estão identificadas mas vamos continuar o trabalho, e as empresas vão agora montar linhas de produção para produzir estes materiais mas precisam de ter encomendas, e é preciso agilizar este processo", sublinhou Braz Costa. De resto, o responsável considera que é preciso encontrar uma forma de haver "equilíbrio" entre a oferta e a procura".
Na resposta, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, frisou que "já foram dados alguns passos na agilização destes processos, nomeadamente, ao nível da aquisição de equipamentos e no aceleramento do processo de compra.
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Segundo o governante, os procedimentos foram simplificados e agilizados para o setor público e para o privado de modo a ser possível centralizar as compras. "Agora tentamos ter melhor conhecimento das necessidades concretas", disse.
O próximo passo, frisou, é " trabalhar com produção nacional e dirigir de forma mais clara" as encomendas às empresas.
"Queremos que as empresas tenham ordens de fabricação para olharem para isto e atingirem níveis de qualidade", afirmou Braz Costa, notando que a fabricação destes equipamentos "tem de ser cada vez mais profissional".
O Citeve recebeu contactos de 150 empresas a disponibilizarem-se para trabalhar na produção de equipamentos de proteção individual e dezenas de indústrias produtoras de malhas e tecidos que enviaram materiais para testes.
Por isso, o Citeve criou uma "fast track" para assuntos relacionados com o Covid-19, e poder ter resultados de um dia para o outro.