Os feriados de junho passaram, mas as falhas nas escalas das urgências de obstetrícia persistem, como já havia sido previsto por ordens, sindicatos e diretores de serviços de vários hospitais. As escalas de julho começam a ser analisadas na próxima semana pela comissão que está a acompanhar a resposta das urgências de Ginecologia e Obstetrícia, depois dos hospitais fixarem um valor hora para pagar aos tarefeiros durante todo o verão.
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"As ARS têm até segunda-feira para acordar os preços com os hospitais", explicou, ao JN, Diogo Ayres de Campos, coordenador da comissão, adiantando que cada hospital terá um valor fixo, que pode variar consoante a complexidade e a distância dos grandes centros urbanos. O objetivo é evitar que os médicos prestadores de serviço esperem até à última da hora para se comprometerem com determinados turnos, aproveitando a subida do valor/hora que vai acontecendo à medida que as necessidades aumentam. "O mais tardar na terça-feira", a comissão deverá ter as escalas de julho para analisar e começar a planear, acrescentou Diogo Ayres de Campos.
O primeiro-ministro acreditava que parte dos problemas das urgências de obstetrícia estivessem resolvidos na última segunda-feira, depois dos fins de semana com feriados passarem, mas não foi bem assim. Este sábado, a urgência de obstetrícia do Hospital de Braga está novamente encerrada por falta de médicos e deverá reabrir às 8 horas de amanhã.
Dispositivo no Algarve
No Hospital de Portimão (Algarve), o bloco de partos está encerrado até às 8 horas de segunda-feira e a urgência de Ginecologia e Obstetrícia funciona só para grávidas até às 22 semanas de gestação. No caso do Algarve, os constrangimentos devem-se à falta de pediatras. E para garantir a resposta às grávidas com mais de 22 semanas foi criado um dispositivo com vários parceiros e enfermeiras especialistas.
As urgências de Obstetrícia do Hospital de Loures, encerradas desde as 14 horas de sexta-feira reabriram este sábado às 15 horas, antes do previsto. Em Portalegre, 12 médicos de medicina interna enviaram uma carta aberta a expor os problemas da unidade. Queixam-se da falta de médicos no serviço e dizem estar no limite das suas capacidades.