Primeira edição do "Erasmus Campus", que arranca esta quarta-feira em Marvão, quer ajudar a despertar os jovens para a importância da cidadania ativa.
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Durante quatro dias, Marvão, no distrito de Portalagre, irá receber, de 14 a 17 de setembro, o primeiro “Erasmus Campus” para jovens portugueses e lusodescendentes entre os 16 e os 26 anos. Este “bootcamp” da democracia – organizado pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação (ANE+ EF), em pareceria com a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de abril –, quer capacitar os jovens para a importância da participação democrática e cidadania ativa numa altura em que se contam os meses para o 50.º aniversário da revolução e para os europeus voltarem às urnas em junho de 2024.
“Pensámos que é uma boa ocasião para despertar mais curiosidade nos jovens sobre o que significa viver em democracia e o que significa ser europeu porque, infelizmente, o que verificamos é que estes valores que damos por completamente adquiridos – e um jovem com 16 anos não imagina que possa ser de outra maneira –, não estão assim tão consolidados”, explicou, ao JN, Cristina Perdigão, diretora da ANE+EF.
A escola de verão gratuita – que conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Marvão e do Instituto Politécnico de Portalegre – foi criada com o objetivo de fazer os jovens refletir sobre as prioridades traçadas no programa Erasmus+.
Nesta primeira edição, a vila receberá 30 jovens para participarem em sessões e debates sob o lema “#NãoPodias” – evocando os tempos da ditadura –, sobre participação cívica e associativismo, condições de vida, liberdade de expressão, representatividade, educação e pluralismo. Entre o grande leque de oradores estão representantes de entidades ligadas à educação e à juventude, vários ministros, professores, investigadores, historiadores e artistas.
Levar mais jovens a votar nas europeias
Destes momentos, a responsável espera que possa ser deixada a semente para que os jovens “se associem às comemorações dos 50 anos de 25 de Abril das mais diversas maneiras”. Mas que possam também contribuir para incentivar à participação dos jovens portugueses nas eleições europeias do próximo ano. “É preciso dar-lhes mais informações para exercerem o seu direito de voto”.
Durante o período de inscrições, a ANE+EF recebeu mais de 100 candidaturas. Além de jovens portugueses, há uma quota destinada a lusodescendentes, o que permitiu que três jovens que residem fora de Portugal – um do Canadá, outro da Venezuela e outro do Luxemburgo – participem na escola de verão.
Os jovens vão poder ainda usufruir de ‘workshops’ de artesanato local, atividades desportivas ao ar livre, uma visita ao Castelo de Marvão e outra à Casa da Cidadania Salgueiro Maia, em Castelo de Vide.
As próximas três edições da escola de verão já têm tema: refletir sobre inclusão e igualdade, transição digital e transição ambiental e o combate às alterações climáticas.