As atividades de leitura foram a principal aposta das escolas no âmbito da recuperação das aprendizagens. Um inquérito da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, respondido por 96,4% dos agrupamentos, revelou que a ação "Escola a ler" foi escolhida por 82% dos estabelecimentos. O Secundário foi o ciclo que aplicou menos medidas.
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Leitura orientada em sala de aula numa rotina diária ou semanal ou requisições periódicas na biblioteca são objetivos da ação, aplicada, por exemplo, por 89% das escolas de 1.º ciclo e 37% das Secundárias. Comparativamente, o desenvolvimento das competências de escrita só foi aposta de 53% dos agrupamentos.
De acordo com a primeira monitorização ao "plano 21/23 Escola +", outra aposta das escolas foi na aplicação de medidas nos anos iniciais de ciclo, que já são anos de escolaridade com taxas de insucesso mais elevadas antes da pandemia e do ensino à distância.
As ações menos escolhidas
As ações que implicavam a reorganização de turmas e de tempos curriculares, como as "Turmas Dinâmicas", que permitiam, por exemplo, a criação de grupos de recuperação em disciplinas ou o "Avançar Recuperando", que também previa a adaptação de currículos e horários, foram as atividades menos escolhidas pelas escolas - respetivamente, 37 e 39%. O inquérito revelou que estas duas medidas foram precisamente as que mais exigiram recurso a tempo suplementar (64 e 50%) e mais professores (respetivamente, 8368 e 7423). Em contrapartida, de acordo com o relatório da DGEEC, a ação mais escolhida, "Escola a ler", foi a que implicou menos tempo suplementar (13%) e a segunda que requereu menos docentes (1499).
Ainda assim, "Turmas Dinâmicas" e "Avançar Recuperando" foram as ações mais aplicadas no 3.º ciclo (64 e 83%) a par da "Gestão do ciclo" que promove o trabalho interdisciplinar como método de recuperação.
No Secundário, as escolas preferiram ações como "Aprender Integrando" (38%) - combinação de disciplinas - e "Escola a ler" (37%). Já a principal estratégia do 2.º ciclo foi a constituição de equipas educativas, que previa ações como a redução do número de docentes por turma ou trabalho colaborativo.