Escolas, serviços da Segurança Social e das Finanças encerrados e hospitais com serviços mínimos. É este o cenário em todo o país devido à greve da Função Pública convocada pela Frente Comum. Centenas de trabalhadores estão a caminho de Lisboa para uma manifestação em frente ao Ministério das Finanças.
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Ao JN, o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, adiantou que “existem escolas fechadas de Norte a Sul do país”, bem como “serviços de atendimento ao público da Segurança Social, Finanças, Registos e do Notariado encerrados ou com fortes perturbações”.
“Nos hospitais, fruto da greve dos trabalhadores técnicos auxiliares de saúde e dos administrativos, o Hospital de Santa Maria e o Hospital de São José [em Lisboa] estão a realizar serviços mínimos e apenas cirurgias urgentes”, adiantou o dirigente sindical.
Na Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, Tomé Rodrigues, de 16 anos, foi surpreendido com os portões fechados quando chegou à escola. “Não vou ter Físico Química, Matemática e Português”, contou ao JN. Segundo o estudante, os “funcionários e os professores” têm motivos para fazer greve”, não se sentindo “prejudicado” pela paralisação, até porque “é a primeira este ano”.
Sebastião Santana lembrou que neste momento estão “milhares de trabalhadores a caminho de Lisboa” para a manifestação junto ao Ministério das Finanças. “Exigimos ao Governo um aumento intercalar dos salários para primeira linha de reivindicação”, afirmou. Para o coordenador da Frente Comum é também fundamental a “negociação da proposta reivindicativa comum que foi entregue ao Governo no dia em que tomou posse e ainda não houve qualquer resposta ou uma tentativa de justificação de ausência de resposta”, vincou.
Defesa dos serviços públicos
Por fim, realçou que um dos principais objetivos da “Jornada de Luta” é a “defesa dos serviços públicos contrariando aquilo que o programa de Governo diz e que entendemos que é um verdadeiro atentado à universalidade dos serviços públicos”, denunciou.
Numa ronda pelo Porto, o JN constatou que o Serviço de Finanças do Porto, na Rua dos Bragas, está a funcionar normalmente, com apenas alguns administrativos em greve. Também na USF Porto Centro e na Unidade de Saúde de Santos Pousada, na Rua de Santos Pousada, não há registos de consultas canceladas e os serviços estão a funcionar normalmente. O cenário é idêntico no Centro de Saúde do Covelo, onde a ausência dos trabalhadores administrativos não impediu o normal funcionamento do estabelecimento de saúde.
A greve desta sexta-feira na Administração Pública é a primeira desde que o Governo de Luís Montenegro tomou posse e promete ser o ponto de partida para este aumento da contestação. Tal como o JN noticiou, desde o início do ano, já foram entregues mais de 150 pré-avisos de greves, com o setor da Educação a liderar o número de paralisações, mas apenas 28 com o atual Governo em funções.