As escolas já receberam os resultados das provas finais do 9.º ano, que deviam ter sido afixados ontem. As pautas estarão a ser preparadas nas secretarias e devem ser afixadas durante esta tarde de quarta-feira. Os alunos que reprovaram nos exames ficam automaticamente inscritos na segunda fase.
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Houve escolas que começaram a receber os resultados à hora de almoço, outras tiveram de ir buscar a informação aos secretariados de exame. As pautas são agora feitas nas secretarias que têm de fazer a equivalência dos códigos entre os enunciados classificados anonimamente e os dos alunos e a média às disciplinas, já que as provas contam 30% na avaliação final.
O prazo para a inscrição na segunda fase termina hoje. As provas realizam-se esta sexta-feira (Português) e dia 22 (Matemática). Face ao atraso na afixação das pautas, os presidentes das associações de diretores avançam que as escolas receberam orientação do Júri Nacional de Exames (JNE) que os alunos que tiveram negativa nos exames e reprovam a Português ou a Matemática ficam automaticamente inscritos na segunda fase.
Para Francisco Gonçalves, um dos líderes da Fenprof, o atraso na divulgação dos resultados e a possibilidade de anulação da prova de Matemática em 15 agrupamentos é sinal "que não estavam reunidas as condições para se generalizar o modelo digital".
A opção dada aos pais, pelo JNE, que nessas 15 escolas assinam uma declaração antes da afixação das pautas em como aceitam os resultados de Matemática ou os anulam e os alunos vão à segunda fase é criticada por Francisco Gonçalves. O líder da Fenprof considera que não é garante de equidade.
A presidente do movimento Missão escola Pública considera que a solução protege mais as escolas e o ministério do que os alunos, que podem sempre ir à segunda fase. Cristina Mota assegura ter conhecimento de escolas, no Alentejo, que receberam os resultados de manhã, mas a quem o JNE mandou parar a elaboração das pautas após "ter detetado erros".
Em muitos casos, assegurou Cristina Mota, as escolas tiveram de reagendar os conselhos de turma que validam as notas finais, passagens e retenções dos alunos do 9.º.
Manuel Pereira, presidente da associação nacional de dirigentes Escolares (ANDE), admite que o atraso e "constrangimentos técnicos", que o MECI assumiu terem ocorrido em 15 agrupamentos, não valorizam a credibilidade da prova, nem dos resultados.
O ministério da Educação, Ciência e Inovação ainda não divulgou as médias nacionais das duas provas finais a Português e Matemática do 9.º ano.