Equipas do programa Escola Segura vão fazer ações de sensibilização para pais. Confap apela às famílias para cumprirem regras também nos trajetos.
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Dentro das escolas o uso de máscara é obrigatório e as aulas funcionam em "turmas-bolha", mas fora dos portões as regras são diferentes. Quinta-feira, último dia para o arranque do ano letivo, multiplicaram-se pelo país as concentrações de alunos e pais à porta das escolas. Sem distanciamento e alguns sem máscara. A PSP confirma que, nos últimos dias, foi chamada para ajudar a dispersar concentrações.
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Além das deslocações das equipas da Escola Segura, especialmente a horas de entrada e saída dos alunos, fonte oficial da Direção Nacional da PSP confirma que os agentes irão ajudar a sensibilizar os pais, enquanto os professores se fixam nos alunos. Estão previstas ações de sensibilização pela PSP organizadas pelas escolas dentro dos estabelecimentos, com limitação de participantes, "que se podem multiplicar as vezes que forem necessárias nestas primeiras semanas".
"Esperemos que melhore, sob pena de quer para eles, quer para todos, voltarem a ser tomadas medidas mais drásticas", alerta o presidente da Confederação Nacional de Pais (Confap). Para Jorge Ascenção, "os comportamentos e atitudes são fatores-chave para minimizar o risco e manter o ensino presencial todo o ano". Por isso, todos, incluindo as famílias, devem pedir aos alunos para cumprirem as orientações das escolas também no percurso para casa.
HORÁRIO ENCURTADO
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Na Básica do Bom Sucesso, no Porto, ontem foi grande a confusão, com pais e alunos a não respeitarem a distância de segurança. Um exemplo entre muitos. Junto aos portões, muitos dos encarregados de educação culpavam a direção da escola por ter encurtado o horário da entrada, que passou a ser das 9 às 9.15, quando no ano passado era a partir das 8.30 horas. Além disso, a entrada de todos os anos foi marcada para a mesma hora.
"Vejo este cenário com preocupação. Discordo do método utilizado e espero que, nos próximos dias, a situação seja diferente", refere Pedro Magalhães, enquanto um outro pai também criticava a "decisão absurda, totalmente contrária às indicações da DGS".
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A coordenadora da escola, Ângela Maria Bastardo, garante que os pais foram informados das novas regras previamente. "A direção reuniu com os pais dos alunos do 1.º ano, os que vão entrar pela primeira vez, e nos restantes anos a receção foi feita pelos professores. Os pais foram avisados para estarem na escola às 9 horas. Não temos culpa de terem chegado mais cedo e ficado no exterior a conversar. Não podemos abrir os portões mais cedo", defendeu, frisando que os pais têm de manter a distância "em qualquer espaço público".
"Um ou outro abraço é inevitável", assume Filinto Lima, admitindo, tal como Jorge Ascenção, que as saudades, a ausência prolongada e a mudança de regras não são fáceis de assimilar.
"Tomara eu que as regras que são exigidas nas escolas fossem cumpridas lá fora da mesma maneira. Sabemos que há sempre alunos que têm um comportamento dentro das escolas porque nós exigimos e lá fora têm outro tipo de atitudes. Todos temos de colaborar", insiste Filinto Lima.