Sem avançar uma data, o Ministério da Educação emitiu esta sexta-feira um comunicado, ao final do dia, a garantir que no primeiro período serão distribuídos 100 mil computadores por alunos abrangidos pela Ação Social Escolar.
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Os equipamentos serão de tipologia diferenciada consoante o ciclo de ensino e o acesso à Internet será por banda larga móvel. A garantia da tutela foi dada dois dias antes do arranque do ano letivo (que decorrerá entre 14 e 17). Os diretores nada sabem sobre a execução do plano, garantiram ao JN os presidentes das duas associações.
"Se voltarmos a uma situação de confinamento, uma turma ou uma escola inteira, pouco mudou em termos de equipamentos e acesso em relação a março", alerta Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), sublinhando que resta às escolas socorrerem-se dos equipamentos cedidos ou emprestados pelas autarquias.
"Precisamos saber com que material vamos contar no caso de passarmos a funcionar em regime misto, à distância ou se uma turma for para casa de quarentena", insiste Filinto Lima. O presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP) alerta que a situação, em alguns agrupamentos, até pode ser pior do que em março, pois se após o fecho das escolas, os estabelecimentos puderam emprestar os equipamentos que dispõem, por exemplo, nas salas de informática ou bibliotecas, agora, com a maioria dos alunos nas escolas, "já não o podem fazer".
O secretário de Estado Adjunto da Educação, João Costa, avançou anteontem, num debate online, que no total serão adquiridos "cerca de um milhão e meio de computadores" para se atingir o acesso online universal por "todos os alunos e todos os professores", conforme prometido pelo primeiro-ministro, em abril.
"Nós temos já processos de aquisição em curso", garantiu João Costa, assegurando que o plano "está em marcha acelerada", mas que concursos e adjudicações têm de superar o constrangimento provocado pela "grande redução da capacidade de fornecimento da indústria nesta área". A universalização da escola digital terá um investimento total de 400 milhões de euros, através de fundos comunitários.