O Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português (CNE) lembrou, esta segunda-feira, em reação ao relatório apresentado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, que dispõe, desde 2016, "de uma ferramenta de reporte, disponível para qualquer pessoa, associado do CNE ou não, para que qualquer preocupação ou ocorrência possam ser relatadas". O CNE assegura que o seu trabalho não ficará por aqui e reitera a "política de tolerância zero" para com todas as formas de abuso.
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"Continuamos empenhados em promover um ambiente e uma cultura institucional em que as vítimas se sintam protegidas para reportar situações que tenham sofrido no passado ou no presente", declaram, em comunicado.
O CNE saudou ainda a iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa e agradeceu o trabalho realizado pela Comissão, com quem, assegurou, colaborou desde o início. "Com a divulgação destes resultados, na sua maioria reportados pelo CNE, manifestamos a nossa total solidariedade com as vítimas e as suas famílias, e reiteramos que estamos, acima de tudo, focados no seu apoio e proteção", pode ler-se no comunicado.
Segundo o CNE, as denúncias, que podem ser feitas online, são analisadas por uma equipa multidisciplinar de voluntários e profissionais, "que atuam em conformidade com as situações expostas, dando seguimento para as autoridades judiciais sempre que se demonstra necessário".
Na mesma nota, o CNE afirma o seu compromisso, enquanto movimento da Igreja Católica, em "proteger as crianças e jovens que compõem a associação, numa ação assente em três pilares: prevenir, identificar e intervir" e admite lamentar "profundamente" que as situações relatadas tenham ocorrido.
Cultura de transparência
Assim, o Corpo Nacional de Escutas fez suas as palavras de D. José Ornelas na sua declaração sobre o relatório hoje conhecido: "é preciso que sejamos capazes de continuar a "dar voz ao silêncio" dos mais frágeis, contribuindo para uma cultura de transparência, não só na Igreja, mas em toda a sociedade, fazendo jus à identidade e missão da Igreja em favor da segurança e do bem das crianças, adolescentes e adultos vulneráveis", concluem.