Os espanhóis não quiseram esperar muito para poderem voltar a entrar em Portugal pelo Algarve e, na noite de terça-feira, começaram a formar fila junto à Ponte do Guadiana. À meia-noite do país vizinho (23 horas em Lisboa) eram já várias dezenas de veículos à espera para entrar no território nacional.
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A abertura de fronteiras no Algarve abre uma onda de esperança para o verão algarvio. Não só pelos que farão férias em Portugal, como aqueles que, mesmo não pernoitando na região, virão para passar o dia e animarão a economia local.
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"Ontem [terça-feira], às 23 horas havia uma fila razoável na fronteira. Atendo ao fuso horário, para eles era já meia-noite e deu para perceber a vontade deles de virem para o Algarve", adiantou, esta quarta-feira, ao JN João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA).
O dirigente lembra que o mercado do país vizinho tem ganho importância no Algarve. "No ano passado, houve 1,1 milhões de dormidas de turistas espanhóis, o que representa um crescimento de 8,7%", sublinha.
João Fernandes recorre a experiências anteriores para reforçar a importância da reabertura de fronteiras e do "piscar do olho" aos vizinhos espanhóis. "Normalmente, em períodos de crise, como já atravessámos em 2008 ou 2009, os mercados de proximidade reagem e foi isso que aconteceu nesses anos, com o crescimento do turismo vindo de Espanha", destaca.
A par do turismo de permanência, João Fernandes destaca ainda que, com a reabertura de fronteiras, abrem-se portas para outras atividades importantes para a região: "Há pessoas que vêm para almoçar, fazer compras, outras que vão praticar surf nas praias da costa vicentina e ao final do dia regressam a casa, isto também é importante".
As fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha, que estavam fechadas desde 16 de março por causa da pandemia, abriram às 23 horas de terça-feira.
A reabertura da fronteira está a ser assinalada, esta quarta-feira de manhã, numa cerimónia oficial sem discursos, que se dividirá entre Badajoz e Elvas e que contou com Marcelo Rebelo de Sousa, o rei Felipe VI e os chefes dos Governos português e espanhol, António Costa e Pedro Sánchez."