Especialistas do sono alertam para aumento de produtos para insónia sem eficácia
O Grupo de Estudos sobre Distúrbios do Sono e da Vigília da Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN) alertou para o aumento de produtos sem validade médica ineficazes para pessoas com insónia.
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"Embora o crescente interesse pela importância do sono e pelas medidas destinadas a melhorá-lo seja positivo, é cada vez mais comum encontrar afirmações e propostas categóricas sem validade científica, oferecendo muitas vezes soluções falsas ou clinicamente inválidas", indicou a coordenadora do grupo, neurologista e especialista em medicina do sono, Célia García Malo.
Os tratamentos sem receita médica causam frustração em pessoas com insónia porque muitas vezes não produzem os resultados esperados, noticiou a Europa Press na terça-feira. Falamos de suplementos e comprimidos, sprays, chás, almofadas especiais, máscaras para os olhos com tecnologia integrada, aplicações de meditação, dispositivos eletrónicos, entre outros produtos.
A insónia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade em adormecer, manter o sono durante a noite ou dormir o tempo necessário para garantir o descanso e o bem-estar. A utilização de tratamentos sem receita médica para a insónia atrasa a procura de ajuda médica adequada e agravam a insónia crónica (durante três meses ou mais), segundo a Europa Press.
Os especialistas da SEN realçaram também a importância das pessoas estarem atentas à publicidade "enganosa" e de não se deixarem "seduzir" por promessas sem base científica.
"A realidade é que nenhum destes produtos se mostrou eficaz no tratamento desta perturbação (insónia). Esta é uma indústria com grande poder de marketing que procura o seu nicho entre aqueles que sofrem deste problema de saúde", acrescentou Célia García Malo.
Os especialistas da SEN destacam a necessidade de consultar profissionais de saúde para um diagnóstico e tratamento corretos da insónia, como a terapia cognitivo-comportamental, um tratamento que ajuda os pacientes a voltarem a dormir normalmente.
Em 2022, os portugueses gastaram cerca de 20 milhões de euros em medicamentos não sujeitos a receita médica, noticiou o JN em 2023.