Especialistas defendem alterações à lei que tornem período de reflexão para a interrupção voluntária da gravidez (IVG) seja opcional e que objetores de consciência tenham de declarar por escrito esse direito
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As médicas ginecologistas e obstetras Maria José Alves e Ana Campos – vozes importantes no “sim” ao referendo que, há 17 anos, despenalizou a interrupção voluntária da gravidez (IVG) – defendem o alargamento do prazo legal de dez para as 12 semanas, bem como uma regulamentação da objeção de consciência para melhorar o acesso à prática no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Estas são algumas das alterações à lei que defendem e que foram debatidas esta terça-feira numa conferência, em Lisboa, organizada pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). Enquanto tais mudanças não forem feitas, alertam que é preciso condições para aplicar a lei, o que não está a acontecer.
Portugal é um dos três países europeus onde o período legal para o aborto é de dez semanas e seis dias, sendo que Ana Campos defende que o país deve acompanhar o resto da Europa, alargando para as 12 semanas. “Não devemos ter medo que as mulheres passem a abortar mais tarde porque sabemos, enquanto mulheres, que quando uma decisão é assumida, é preciso que ela seja feita o mais rápido possível”, advertiu.