<p>A organização da visita do Papa a Portugal está à espera de 160 mil pessoas na missa que Bento XVI vai celebrar, ao final da tarde do dia 11 de Maio, pelas 18.15 horas, no Terreiro do Paço, em Lisboa. Todos são bem-vindos, mas as bandeiras negras ficarão de fora.</p>
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A pergunta foi feita ontem, durante a conferência de Imprensa para a apresentação do programa da visita do Papa a Lisboa: e se aparecerem pessoas com bandeiras negras na missa do Terreiro do Paço, como está a ser apelado através de um grupo criado na rede social "Facebook", em protesto "contra os crimes da Igreja", que conta já com mais de dois mil apoiantes? "As pessoas podem [entrar]. As bandeiras, não", respondeu o padre Mário Rui Pedras, mostrando não acreditar que isso venha a acontecer e explicando que a Igreja está até a apelar aos grupos católicos para que não levem bandeiras e estandartes - ou, pelo menos, que os guardem durante a celebração - porque isso iria dificultar a visibilidade.
Pelas estimativas da organização, o Terreiro do Paço tem capacidade para acolher entre 70 a 80 mil pessoas, o que significa que cerca de metade das pessoas esperadas na única missa que o Papa vai celebrar em Lisboa terão de se espalhar pelas ruas envolventes.
Na Praça do Município, onde será instalado um ecrã gigante, estará reservada uma zona para pessoas com dificuldades de locomoção, com cerca de 1500 cadeiras. Na Praça do Comércio, haverá três ecrãs. Um quatro ficará virado para a Avenida Infante D. Henrique - junto à estação dos barcos Sul e Sueste, onde se poderão concentrar muitas pessoas - e outro no arco da Rua Augusta, onde é esperada muita gente. Nas ruas do Ouro e da Prata haverá apenas som, que a organização acredita chegará ao Rossio e à Praça da Figueira. Segundo o padre Mário Pedras, quem entrar na praça não será revistado. Apenas ocorrerá a habitual segurança, feita nestas grandes ocasiões pela PSP e pela Polícia Municipal, cujos meios ainda não foram divulgados. Na zona estarão cerca de três mil jovens voluntários, com a missão de apoiar e encaminhar os fiéis para os locais adequados.
O pároco mostrou-se confiante de que Lisboa vai receber Bento XVI "na sua mais bela praça" com "imenso gosto" e apelou aos fiéis para que o saúdem quando se deslocar de papa-móvel pela cidade: pelas 11.30 horas, no trajecto do aeroporto para a Nunciatura Apostólica, na Avenida Luís Bívar; pelas 12.45 horas, em Belém, onde receberá honras militares, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos; às 17.30 horas no trajecto para a Baixa da cidade e à noite no regresso à Nunciatura, onde dorme.
Segundo a Igreja, os custos da visita do Papa a Lisboa estão estimados em 200 mil euros, que deverão ser integralmente custeados pelos apoios de particulares e empresas.