Estado gastou quatro milhões de euros no medicamento que trata a bebé Matilde

O zolgensma (nome comercial para a substância onasemnogene abeparvovec), usado para tratar a atrofia muscular espinal, foi um dos medicamentos com maior aumento na despesa dos hospitais no primeiro trimestre deste ano. Trata-se do medicamento que a bebé Matilde e outras crianças tomaram para tentar minimizar os efeitos da doença. Foram gastos 4,1 milhões de euros.

Recorde-se que em 2019 os pais da menina, que fez dois anos em abril, lançaram uma angariação de fundos para comprar o medicamento, que ainda não era administrado em Portugal. Entretanto, as autoridades de saúde emitiram uma autorização especial (Programa de Acesso Precoce [PAP] a medicamento) para que o fármaco pudesse ser dado.

Entre janeiro e março desde ano, a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) mantém a tendência crescente. Foram despendidos mais 12,1 milhões de euros, num total de 366,4 milhões, que se traduziu num aumento de 3,4%.

Além da atrofia muscular espinal, que também foi uma das áreas terapêuticas com maior aumento da despesa, o tratamento do cancro registou o valor mais elevado. Gastaram-se 118 milhões, mais 8,8% (9,5 milhões) do que nos primeiros três meses de 2020. A terapêutica da amiloidose representou um aumento de 46% (3,1 milhões) para 9,9 milhões de euros.

40,4 milhões de embalagens

Na área de ambulatório verifica-se nos primeiros três meses do ano uma descida no número de medicamentos, bem como na despesa comparticipada pelo SNS e na parte paga pelos utentes. Foram adquiridas 40,4 milhões de embalagens, menos 10,5% (4,8 milhões) do que no período homólogo.

O Estado pagou 343 milhões de euros, menos 8,7% (32,7 milhões) e os utentes 183,5 milhões, menos 9,1% (18,3 milhões de euros). No entanto, mesmo com esta quebra, verifica-se já um aumento no preço médio por embalagem em relação ao total de 2020. No ano passado, cada uma custou 12,97 euros, este ano está nos 13,03 euros (mais 0,5%).