Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço anunciado há quatro anos ainda não saiu do papel
O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) da Eurorregião Galicia - Norte de Portugal reuniu, esta terça-feira em Vigo para preparar o conteúdo do Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço, anunciado há quatro anos e que ainda não saiu do papel.
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De acordo com comunicado divulgado por aquela organização, desde 2020 que decorrem trabalhos para materialização de uma aspiração da eurorregião para benefício dos cerca de 15 mil cidadãos que cruzam diariamente a fronteira para trabalhar.
Na reunião desta terça-feira, agentes sociais e económicos portugueses e galegos trabalharam na elaboração de um documento que deverá ser entregue aos governos de Espanha e Portugal, antes da próxima Cimeira Ibérica agendada para outubro.
“O grupo de trabalho quer que o Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço seja uma realidade o mais rápido possível para facilitar a circulação, o acesso à informação e o exercício dos direitos dos trabalhadores que residam habitualmente ou trabalham na raia”, indica o comunicado da AECT da Eurorregião Galicia - Norte de Portugal, informando que, da sessão de trabalho em Vigo, saiu também “o compromisso” que o futuro estatuto “seja uma eficaz carta dos direitos e deveres dos transfronteiriços, para que não saiam prejudicados em relação aos trabalhadores ‘nacionais’”.
Segundo a informação divulgada após a reunião, “a eurorregião propõe, desde 2020, para as Cimeiras Ibéricas, uma série de “prioridades” com as principais petições que fazem referência a questões laborais, para melhorar as condições dos trabalhadores transfronteiriços. Entre elas está o Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço”.
O comunicado recorda que em outubro de 2020, na Guarda, Portugal, “os dois governos anunciaram a elaboração deste Estatuto, como um dos pilares dentro da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço”. E em Trujillo, na Extremadura, em outubro 2021, “assinou-se um Protocolo de Cooperação Institucional relativo aos trabalhadores transfronteiriços, no qual se propunha a criação de um grupo de trabalho para elaborar o Estatuto e que fosse aplicável aos supracitados trabalhadores transfronteiriços”. E lembra ainda que na cimeira de Viana do Castelo, em novembro, 2022, “só se publicou um Guia informativa do trabalho Fronteiriço entre Espanha e Portugal.
Em Vigo, sentados à mesa para discutir o futuro Estatuto, estiveram representantes da Junta da Galiza, Jesús Gamallo, do Instituto do Emprego e Formação Profissional, IDelegação Regional do Norte, Carla Vale, os vice-presidentes do Conselho Sindical Interregional Galicia-Norte de Portugal, José Carlos Rio e Carlos Pérez, a Coordenadora do Eures Transfronteiriço Galicia - Norte de Portugal, Teresa Ventín, o Secretário geral da Confederação de Empresários da Galiza (CEG), José Manuel Maceiras, além do Diretor, Sub-diretor e Gerente do AECT da Eurorregião, Nuno Almeida, Xosé Lago e Alfonso Rubio.
Aquele grupo de trabalho nasceu impulsionado pela Junta da Galiza e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, com “o objetivo de definir os principais assuntos que devem ser tratados pelo Estatuto e propor soluções para que esta ferramenta nos permita avançar para um mercado laboral mais eficiente e coeso, em benefício dos habitantes dos territórios fronteiriços”.