O Centro de Vacinação de Viana do Castelo retomou a inoculação com a vacina AstraZeneca. Mais de 500 pessoas foram vacinadas na quarta-feira. A ação decorreu pacificamente, sem resistência dos inoculados, nem reações adversas a assinalar. O maior receio era dos profissionais de saúde responsáveis pela ação, que esperavam uma eventual retração dos utentes perante a polémica que envolveu a vacina britânica.
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"Este retomar está a decorrer muito acima das expectativas, face a recusas anteriores e a todas as polémicas que existiram", declarou João Carvalhido, um dos três enfermeiros responsáveis pelo centro instalado desde fim de fevereiro no Pavilhão Desportivo da Meadela. A colega, também enfermeira, Filomena Oliveira, completou: "Aqueles utentes que tínhamos convocado na semana passada (cerca de mil), e que desmarcamos quando foi anunciada a suspensão, tinha receio de voltar a contactá-los, que pusessem algum entrave, mas não. Fiquei surpreendida".
Para "a boa surpresa que foi esta semana" com a pacificação dos ânimos em relação à AstraZeneca, João Carvalhido, considera que contribuiu a posição da task force. "Houve ali uma demonstração quase de força de que [a vacina] é para dar, é segura, não há problema. E as pessoas ficaram consciencializadas. Penso que foi importante", comentou.
Para Rosa Cabanelas, 71 anos, não há vacina que lhe meta medo. "De que adianta? Ficava sem vacinar? Estico o braço e venha ela. Depois que seja o que Deus quiser", disse enquanto esperava para "despachar o assunto".
A escassos metros, Maria do Carmo Machado, 77 anos, aguardava serena pela sua vez. "Não tenho medo absolutamente nenhum. Se Deus quiser não me há-se acontecer nada, nem a ninguém", garantiu acrescentando estar "ansiosa" pela vacina: "Estou desde outubro em casa e o meu filho, que é médico, não me deixa sair sem estar vacinada. Ele diz para tomar [a AstraZeneca] à vontade".
Manuel Alves, 79 anos, já com a vacina tomada, aguardava tranquilo pelo tempo regulamentar (da reação) para poder ir embora. "Estou bem. Não tinha medo. Ao fim e ao cabo, tanto faz umas como outras. O que interessa é que dê resultado", disse. "É preciso tomar o mais depressa possível para podermos sair, senão estamos sempre em casa e uma pessoa fica mal", acrescentou
Maria Magalhães, 73 anos, confessou, depois de vacinada, que chegou a ter receio. "Falavam tanto dessa vacina e a gente fica com um bocadinho de medo, não é? Mas agora já não tenho nervoso nenhum. Foi só esticar o braço, meter a agulha e está a andar".