Alunos de Lisboa, Coimbra e Porto juntam-se esta quinta-feira numa manifestação em Lisboa em luta por mais direitos no acesso ao ensino superior. Guilherme Vaz, presidente da Associação de Estudantes da FCSH na Nova de Lisboa, acredita que não foram dadas aos estudantes razões para ficarem parados.
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A habitação, as propinas e a falta de representatividade juvenil são, entre outros, problemas considerados prementes pelos jovens na discussão do acesso ao ensino superior.
No dia 24 de março celebra-se o Dia Nacional do Estudante e, para esse efeito, a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Nova de Lisboa organizou uma manifestação que decorrerá em Lisboa, já esta quinta-feira, sob o mote “Queremos Mais Abril Aqui”. O protesto partirá pelas 14.30 horas do Rossio e seguirá rumo à Assembleia da República.
Aos alunos de Lisboa juntam-se estudantes de Coimbra, representados por Renato Daniel, presidente da Associação Académica de Coimbra, e estruturas associativas do Porto.
Guilherme Vaz, presidente da associação, explica porque optaram por esta antecipação. Do ponto de vista logístico, fazer uma ação de intervenção ao domingo, sendo que as férias da Páscoa se estão a aproximar, não seria a melhor opção para os estudantes deslocados, afirma.
A associação da faculdade de Lisboa lança este apelo anualmente, mas o presidente considera que este ano vai ter uma maior adesão. Esta “tradição”, no seu entender, tem de se manter enquanto não tiverem aquilo a que os estudantes entendem que têm direito. Todos os anos fazem uma avaliação da situação atual e este ano a avaliação é muito negativa.
“Não temos razão para ficar parados” rematou Guilherme Vaz em conversa com o JN. Para os vários problemas existentes, apresentam muitas soluções. O objetivo é que os estudantes “não tenham de ficar à porta” das universidades por falta de possibilidades.
Dentro do leque de entraves ao ensino superior destacou três pontos que considera cruciais: propinas, plano de ação social e representatividade estudantil. Defende a erradicação dos 70 euros mensais pagos pelos estudantes no público, o aumento “urgente” do financiamento do Estado ao ensino superior, o cumprimento e o alargamento dos planos existentes de residências e a inclusão dos jovens nos órgãos de gestão das faculdades.
Renato Daniel representa os estudantes da universidade do centro do país. Ao JN, disse que o seu desejo era criar “um comboio que parta do Norte do país até Lisboa, de forma a mobilizar os estudantes” na luta dos jovens. Apesar dos apelos de Coimbra e Lisboa serem diferentes, com Coimbra a focar-se mais na questão da habitação, ambos os apelos vão convergir.
A Federação Académica do Porto não estará presente na manifestação, tendo realizado a sua própria ação de intervenção na quarta-feira, na estação de metro da Trindade, no Porto. Ainda assim, estarão presentes quatro estruturas associativas da cidade Invicta na manifestação a decorrer na capital do país.
As associações são das faculdades de Arquitetura, Belas Artes, Escola de Artes da Católica, e uma associação juvenil de teatro.