Um estudo de um grupo de investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), coordenado por Joaquim Sande Silva, indica que o controlo de duas espécies invasoras investigadas deve ser feito de forma diferente. Em causa, está a exterminação da acácia mimosa e da háquea picante.
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Nas duas espécies estudadas, a háquea picante e a acácia mimosa, verificou-se que, nas primeiras, o método mais eficaz é o corte e queima, enquanto nas acácias são apontados outros métodos, como o descasque, a motoroçadora, pastoreio, herbicidas ou ensombramento.
“As técnicas de controlo testadas nas acácias revelaram-se infrutíferas. O corte resultou em regeneração e germinação, o fogo controlado propagou-se com dificuldade e o corte e queima gerou intensa rebentação”, descreve Ernesto Deus, investigador da ESAC.
No caso da háquea, os investigadores recomendam que o corte seja feito rente ao solo e que se espere mais de dois meses para a secagem dos combustíveis vivos para aplicar o fogo controlado.
As duas espécies são oriundas da Austrália e, enquanto a acácia está por todo o país, a háquea está mais disseminada pelo norte e centro. Segundo o estudo, o comportamento do fogo é mais agressivo na háquea do que nos matos nativos, enquanto na acácia o comprimento da chama é mais curto, devido à folhada mais compacta.
O estudo “Fogo e Invasoras” começou em 2017, na sequência dos incêndios que fustigaram o país, tem mais duas apresentações, em Albergaria-a-Velha, a 27 de junho e, no auditório da ESAC, no dia seguinte. Os resultados serão publicados em setembro, numa brochura e num manual, a distribuir por proprietários e por técnicos