Os deputados do Parlamento Europeu rejeitaram, esta quarta-feira, um projeto legislativo que visava reduzir para metade o uso de pesticidas na União Europeia até 2030, uma votação que obriga a Comissão Europeia a apresentar um novo texto.
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A proposta em causa tinha sido aprovada na comissão de Meio Ambiente no final de outubro, mas esbarrou hoje, em sessão plenária, na oposição do Partido Popular Europeu (PPE, conservador) e foi rejeitada, com 299 votos contra, 207 a favor e 121 abstenções, escreve a agência de notícias AFP.
A eurodeputada francesa Marie Toussaint, dos Verdes, lamentou, nas redes sociais, que "a direita e a extrema-direita tenham torpedeado a adoção do regulamento relativo aos pesticidas". Para a redatora do texto, a deputada ambientalista austríaca Sarah Wiener, hoje é "um dia sombrio" para o setor agrícola, enquanto que, para o legislador alemão Pieter Liese, do PPE, "é um bom dia para os agricultores".
Christian Lambert, chefe do órgão que reúne agricultores franceses (o FNSEA), considerou que "o Parlamento Europeu finalmente reconheceu que a regulamentação dos pesticidas estava mal calibrada, irrealista e subfinanciada".
O Parlamento também rejeitou, por estreita margem, uma moção que pedia o retorno da proposta à Comissão de Meio Ambiente. Isto significa que o texto proposto não tem praticamente nenhuma hipótese de sucesso nesta legislatura, uma vez que as eleições para o Parlamento Europeu ocorrerão em junho de 2024.