O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou, esta quinta-feira, que o executivo comunitário vai "acionar todos os instrumentos de solidariedade" para com Portugal e Espanha.
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"Discutimos entre nós, em grupo e bilateralmemte, as conclusões que há a tirar dos incêndios em Portugal e Espanha e propus aos dois países sinistrados e com muitos mortos acionar todos os instrumentos de solidariedade que a União Europeia tem à sua disposição", disse Juncker, na conferência de imprensa após a primeira sessão de trabalhos.
O presidente da Comissão Europeia adiantou ainda que "estes mecanismos não são perfeitos, mas aplicamos as regras com a generosidade requerida, acrescentando ter convidado o comissário europeu para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, a apresentar, no prazo de um mês, uma proposta global para a proteção civil".
"Vimos que não somos suficientemente reativos, temos apenas um avião - os fogos começaram no domingo e o primeiro avião, de Itália, só chegou a Portugal na quarta-feira", salientou Juncker, para concluir que "as coisas não podem continuar assim e faremos uma reflexão aprofundada sobre a questão".
Marcelo diz que ajuda europeia é boa notícia caso se confirme
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou "uma boa notícia" a ajuda vinda da União Europeia para fazer face à tragédia dos incêndios, caso esta realmente se venha a verificar.
"Hoje tivemos a notícia, aparentemente boa, que a União Europeia está sensível, que a Comissão Europeia está sensível para esta tragédia. Está sensível a abrir um regime especial, como já aconteceu no caso de tragédias de outros países da Europa, nomeadamente no sul da Europa, anos atrás", referiu o chefe de Estado, numa visita ao concelho de Tondela, na qual passou das áreas mais fustigadas pelos incêndios de domingo e segunda-feira.
"Isso significa, portanto, uma disponibilidade para entender o que vai ser necessário gastar, para apoiar aqueles que estão a reconstruir estas terras. Isso é uma boa notícia, se se confirmar, mas é evidente que o tempo corre", apontou o Presidente.
Marcelo Rebelo de Sousa evidenciou que tem a noção de que "não é só a mancha verde que tem de ser refeita e bem refeita", mas também "as atividades produtivas que sofreram, as atividades empresariais que não podem parar, os empregos que não podem ser comprometidos e as reconstruções".
"E são muitas primeiras habitações, mais do que o que eu pensava", acrescentou.