Exame de Português foi "mais fácil" e teve redes sociais como tema: "Achei incrível"
Os exames nacionais do Ensino Secundário arrancaram, esta sexta-feira, com a prova de Português. No Porto, os alunos das escolas Fontes Pereira de Melo e Clara de Resende saíram confiantes e descansados do teste, que avaliou Fernando Pessoa e Camilo Castelo Branco e teve as redes sociais como tema no texto de opinião.
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"Até tenho medo de dizer isto, mas sinceramente achei mais fácil do que estava à espera", conclui Diogo Pinto, minutos após finalizar o exame nacional de Português na Escola Fontes Pereira de Melo, na Boavista. O estudante de 20 anos optou por uma preparação rigorosa, através da elaboração dos exames dos anos anteriores cronometrados ao segundo, e está confiante num bom resultado. "Sei que me preparei bem. Estou de consciência tranquila porque preparação não faltou", assume.
Começou por ler o exame de uma ponta à outra, com calma, e ficou mais descansado. Apesar de ter considerado a prova acessível, o aluno do Porto confessa que estava à espera que saíssem "Os Lusíadas", no ano em que se assinalam os 500 anos do nascimento de Luís de Camões."Tinha 99% de certeza de que iria sair Camões. Não saiu, mas o poema de Álvaro de Campos também foi bom porque recordava-me bem desse poema em específico", explica ao JN, durante a manhã, à porta da escola.
Com média de 14 valores à disciplina, Diogo escolheu fazer o exame nacional de Português ao invés da Matemática, em que tem pior média, para servir como prova de ingresso em Desporto. O que mais gostou da prova foi a redação do texto de opinião sobre redes sociais. "Achei incrível! É um tema que nós podemos falar completamente à vontade, senti-me muito confortável".
Quem também ficou radiante com a composição foi Iara Rodrigues. Com o sonho de ingressar em Direito ou em Criminologia na Universidade do Porto, a aluna de 19 anos "adorou o tema" das redes sociais. "É a nossa praia. Deixou-me muito confortável porque é um tema com o qual lidamos todos os dias. Acho mesmo que foi uma evolução", considera a estudante, que também achou a prova acessível.
Já Beatriz Chibante prefere ser mais cautelosa. A aluna de 18 anos garante que se preparou bem para a avaliação nacional, quer através de explicações no início do ano, quer também com o apoio fundamental da professora. Está confiante num 14, mas não quer criar grandes expectativas. "Ainda não fiz as contas. Se não conseguir esse valor, vou repetir o exame na segunda fase para conseguir uma boa nota para entrar em Psicologia".
Com o enunciado na mão, Mariana Couto explica ao JN que teve sensações diferentes ao longo das duas horas da prova. "Ao princípio achei que foi um bocadinho fácil. Fácil demais, para dizer a verdade. Mas depois, quando se acaba, tem-se aquela sensação de incerteza. E quando saímos percebemos que não há volta a dar", descreve, sorridente. A estudante de 17 anos vai seguir Ciências Musicais na Universidade do Minho e até já foi admitida nos pré-requisitos. Só precisa mesmo do exame nacional de Português para ingressar no curso.
Camões não saiu em ano de efeméride
Uns metros ao lado, à porta da Escola Secundária Clara de Resende, Gonçalo Brito e Tiago Machado discutem, animadamente, o exame que acabaram de fazer. O texto de Camilo Castelo Branco do romance "Coração, Cabeça e Estômago" foi o que menos gostaram e também estavam à espera que a prova incluísse "Os Lusíadas" de Luís de Camões.
"Ainda ontem, na última aula de apoio que tive para o exame, o meu professor disse-me que podia sair, que não era certo, mas que devia estudar bem isso. Não saiu, mas pronto. Até foi mais fácil assim", considera Tiago Machado, que fez o exame para apresentar na candidatura ao IPAM, onde quer estudar Gestão de Marketing.
Como centenas de estudantes do Ensino Secundário, os dois amigos também fizeram os exames dos anos anteriores para se habituarem à estrutura e aos temas das provas nacionais. Para Gonçalo Brito, que sonha em tirar Psicologia do Desporto, esta avaliação foi a mais fácil dos últimos anos. "Em comparação com os anos anteriores, a matéria foi muito mais acessível. Acho que foi mesmo fácil de se fazer".
Depois de a prova de Português ter marcado o arranque do calendário dos exames nacionais, testando os alunos do 12.º ano, na segunda-feira há mais avaliações, com Geografia A e História da Cultura e das Artes para os estudantes do 11.º ano. O exame de Matemática, um dos mais temíveis, decorre no dia 26 de junho.