Falta de orientações claras e de controlo de sistema "formatado" para se morrer no hospital abre porta a que médicos emitam certificados sem ir ao domicílio.
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A inexistência de orientações claras para a certificação de mortes naturais em casa e de controlo a posteriori dos procedimentos adotados nesse âmbito pelos clínicos estão a deixar a emissão de certificados de óbito no domicílio a cargo de médicos contactados por funerárias, que nem sempre se deslocam ao local do falecimento cujas causas atestam.
Ao JN, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Nuno Jacinto, sustenta que a questão “não é o tipo de relação ou de vínculo”, mas de uma “boa prática médica”, que inclui a deslocação à habitação onde ocorreu o óbito. Já o líder da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), Carlos Almeida, alega que, sem “ferir a ética médica”, por vezes basta aos profissionais terem acesso ao historial clínico do falecido para identificar o que esteve na origem do óbito.