A indústria da contrafação já se adaptou aos novos tempos e está a aproveitar a pandemia da covid-19 para lançar novos produtos de que todos precisam nesta altura.
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São vulgares máscaras de tecido, mas ostentam os símbolos de grandes marcas de vestuário de luxo, dos grandes clubes de futebol nacional ou ainda de automóveis. Os produtos, alguns feitos em Portugal e sem qualquer tipo de certificação, estão à venda na Internet, em sites de anúncios ou nas redes sociais. A ASAE está atenta.
Com as feiras de norte a sul do país canceladas e os habituais canais de escoamento de produtos perturbados pelo confinamento, as redes criminosas especializadas em produtos contrafeitos reinventaram-se. As máscaras sociais tornaram-se imprescindíveis e a procura disparou, pelo que a "indústria" da contrafação passou a produzir, em massa, este equipamento de proteção individual. As etiquetas e os selos que habitualmente usavam para colocar em camisolas, calças e outras peças de vestuário passaram a ser usados para encarecer máscaras que as verdadeiras marcas nunca produziram, como por exemplo a Louis Vuitton. Basta uma consulta rápida aos seus sites originais.
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Nas redes sociais, como no Facebook ou em sites da Internet, nacionais e estrangeiros, onde são vendidas estas peças, os indivíduos chamam-lhes máscaras personalizadas. O preço vai dos três aos 60 euros, aproximadamente. Algumas das peças serão fabricadas no Brasil e os vendedores garantem que as podem fazer chegar a Portugal em menos de uma semana. Nalguns casos, verificados pelo JN, os falsificadores garantem que as máscaras preenchem todos os requisitos de segurança exigidos pelas autoridades de saúde. Mas a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que está atenta ao fenómeno, tem dúvidas.
Investigação
"A ASAE encontra-se a realizar diligências de investigação essencialmente no mercado digital nacional devido à oferta nas redes sociais ou sites de classificados, mantendo-se em troca permanente de informação com entidades policiais internacionais (EUROPOL, INTERPOL e OLAF) que têm sinalizado e acompanhado estes fenómenos a nível internacional", adiantou ao JN fonte oficial.
"As máscaras, quando contrafeitas ou não certificadas, apesar de constituírem sempre, por si só, uma barreira física adicional, poderão induzir o consumidor à ideia de que o artigo confere um grau de proteção maior do que aquele que efetivamente tem".
A ASAE também tem o foco virado para a produção e venda de máscaras de proteção FFP2 e FFP3 falsificadas, com marcas registadas e também a produção e venda de artigos com selos de conformidade ou de certificações falsificados.
A ASAE alerta ainda para "medicamentos falsificados, relacionados com a covid-19, como a cloroquina, ou até testes (falsificados) de despiste, vendidos especialmente pela Internet, representando o seu consumo ou utilização um potencial perigo para a saúde".