Falta de acesso ao emprego e a bons salários leva jovens a emigrar, alerta FAP
Focadas nos jovens e nas suas preocupações, as Jornadas da Psicologia desenharam o retrato da juventude em Portugal. A Federação Académica do Porto apontou o dedo às condições do país que levam à emigração e o Conselho Nacional da Juventude a criticar a falta de representatividade dos jovens na política.
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Quando se fala sobre o acesso à saúde, à habitação, a estabilidade de emprego e a vontade de constituir família, consideradas pelos jovens como grandes prioridades, é importante ter uma perspetiva dos próprios jovens, para que possam falar sobre a sua experiência em primeira mão e apresentar soluções ao país que considerem ter mais valor. Existem obstáculos que se impõem no caminho delineado pelos jovens. Desde o valor alto das rendas à remuneração salarial baixa, disparidades de género e entraves no Ensino Superior, o tema foi discutido nas 24.ª Jornadas de Psicologia, organizadas pelos alunos e corpo docente do Instituto Universitário de Ciências da Saúde do CESPU.
Desde a década de 90 que se tem notado uma massificação do Ensino Superior. Há cada vez mais estudantes universitários, chegando quase aos 500 mil em 2023. Ana Grandinho, vice-presidente da Federação Académica do Porto (FAP), destacou a falta de investimento na investigação, pouca mobilidade social, dificuldade no acesso a bolsas, no alojamento, os salários inadequados e as poucas expectativas profissionais. Na análise da FAP, destacam-se, ainda, os cursos com médias mais altas e que têm menos bolseiros e 75% das profissões da próxima década ainda não existem.