O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, manifestou esta quarta-feira a convicção de que a alegada falha nas rondas nos paióis de Tancos não pode ser justificada pela falta de recursos humanos, uma questão que tem sido levantada em particular junto da instituição militar.
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Azeredo Lopes prestou estas declarações o programa "Grande Entrevista", que passou ao fim da noite de quarta-feira na RTP3. O entrevistador abordou a falta de rondas como estando associada à falta de efetivos, mas o ministro da Defesa salientou que não sabe "se não houve rondas, mas a falta de recursos humanos não pode justificar o que quer que seja. Se houvesse só um militar ele tinha que estar à porta de Tancos". E mais à frente acrescentou: "As prioridades são definidas pelo Exército. Há que ver onde estão os recursos humanos".
O governante esclareceu que a vulnerabilidade na segurança dos paióis do Exército tinha-lhe sido comunicada pelo general Rovisco Duarte em setembro do ano passado e que foi determinada a elaboração de um plano de reforço da segurança. A propósito, Azeredo Lopes clarificou que a videovigilância não funcionava há cinco anos e que além disso estava "obsoleta".
Expressando confiança no chefe do Exército, Azeredo Lopes salientou que o general tem enfrentado situações bem complexas, como o Colégio Militar, os Comandos e agora Tancos. Os paióis vão fechar e o material vai ser transferido para Santa Margarida ou para paióis da Marinha e da Força Aérea, tal como o JN já tinha avançado.
Em contrapartida, criticou o facto de um "um deputado" ter "enxovalhado" o chefe do Exército. Quando Rovisco Duarte prestou declarações no Parlamento foi à "porta fechada mas muito entreaberta", o que levou a que a comunicação social visse a conhecer as declarações do general. "O senhor deputado violou o dever de honra enxovalhando um chefe militar".
Criticou ainda Assunção Cristas, por esta pedir a demissão do chefe do Exército, "é um passo democraticamente perigoso".