O movimento Farmacêuticos em Luta reuniu-se esta terça-feira com a Provedoria da Justiça e solicitou a sua mediação nos problemas que afetam estes profissionais do SNS. Para o farmacêutico Tiago Costa, foram esquecidos pelo governo anterior e exigem medidas.
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O movimento Farmacêuticos em Luta reuniu-se com a provedora-adjunta da justiça, Estrela Chaby, esta terça-feira, e deixou um apelo à intervenção da Provedoria na resolução de problemas da vida profissional dos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em outubro do ano passado, o movimento criou uma petição neste sentido, que conta com quase 800 assinaturas até à data, em que criticaram a “total inércia por parte das entidades governativas”. Esta terça-feira tiveram a oportunidade de estar uma hora e meia à conversa na Provedoria, algo que não esperavam e consideraram produtivo.
“Falta a valorização da profissão a nível nacional”, denunciou Tiago Costa, coordenador e gestor dos serviços farmacêuticos na Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, que esteve presente na audiência. Em declarações ao JN, o representante dos Açores acusou os governantes de se esquecerem dos farmacêuticos, dando mais importância aos médicos e enfermeiros.
A Tiago Costa juntaram-se mais quatro farmacêuticos de Portugal Continental, para discutir a progressão de carreira inadequada, as injustiças ao nível de integração de carreira, a falta de organização do SNS, e os salários que não refletem a importância da profissão, acrescentando a falta de revisão da tabela remuneratória, que não é feita desde 1999. Ao JN, indicou algum do trabalho feito pelos farmacêuticos que acaba por ser esquecido, como a garantia de que existem medicamentos disponíveis.
Maria Lúcia Amaral, provedora da Justiça, não pôde estar presente na reunião, que começou às 11.30 horas, mas Tiago Costa fez um balanço positivo da conversa.
“Num ponto geral veem as nossas reivindicações como justas e podem intervir junto das entidades governativas”, disse ao JN, adiantando que está a ser elaborado um estudo transversal a diversas carreiras e a farmacêutica vai estar incluída. Está previsto ser apresentado ainda este ano.
Tiago Costa deixou ainda uma crítica aos últimos dois governos do Partido Socialista, afirmando que o partido votou sempre contra as propostas de alteração da carreira farmacêutica, algo que considera ser “antidemocrático”.