Medicamentos orais e injetáveis são só comparticipados se foram prescritos pelos hospitais públicos. Especialistas sugerem alargamento da prescrição
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Os doentes com dermatite atópica moderada a grave, que são apenas seguidos em hospitais privados, não têm acesso a terapêuticas inovadoras comparticipadas pelo Estado. Isto porque os medicamentos orais e injetáveis inovadores, de dispensa em farmácias hospitalares, são apenas financiados se foram prescritos pelos hospitais públicos. Num estudo, ao qual o JN teve acesso e que será apresentado hoje na Assembleia da República, os especialistas sugerem o alargamento da prescrição ao setor privado, replicando o modelo existente para o tratamento da psoríase ou de outras doenças.
Os autores do estudo lembram que há “elevados tempos de espera para primeiras consultas” no setor público e “lacunas” no sistema de referenciação. Somam-se as assimetrias na cobertura geográfica dos centros de especialidade (ver ficha) e um baixo número de dermatologistas. Em Portugal, estima-se que a dermatite atópica afete aproximadamente 360 mil doentes, sendo que um em cada cinco têm doença moderada a grave. Trata-se de uma patologia inflamatória da pele, crónica e com impacto na qualidade de vida dos pacientes.