A bênção da imagem será feita, sexta-feira, no final das celebrações do 13 de maio, numa peregrinação onde a oração pela paz na Ucrânia terá um lugar "muito especial".
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O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, explicou, em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira à tarde, que a oferta da imagem de Nossa Senhora resulta de um pedido feito pelo arcebispo metropolita de Lviv, diocese da Ucrânia onde está, neste momento, a imagem da Virgem Peregrina.
Segundo Carlos Cabecinhas, inicialmente, o arcebispo tinha solicitado a oferta da imagem peregrina ou que a visita em curso se prolongasse. A resposta à cedência foi negativa, por "uma questão de princípio".
"A imagem peregrina parte do Santuário e regressa" ao mesmo local, alega o reitor, adiantando que a visita irá prolongar-se pelo tempo que "as autoridades religiosas ucranianas entenderem como oportuno e necessário". A ideia é que "vá visitando outras dioceses, onde tal for possível".
Em alternativa, o Santuário propôs a oferta de uma imagem nova, "idêntica" àquela que está na Ucrânia, que ficará na catedral de Lviv, para onde seguirá depois desta peregrinação de 13 de Maio, na qual a guerra naquele país estará bastante presente, como assumiu o reitor do Santuário.
"A intenção na paz da Ucrânia acompanhar-nos-á de forma muito especial nesta peregrinação", onde se "rezará" pelo fim do conflito, afirmou Carlos Cabecinhas. O reitor frisa que, "não se trata de uma posição política", mas de "dar destaque às grandes vítimas [o povo ucraniano], mas que não são as únicas".
"Pedimos a paz para a Ucrânia. Não pedimos a desgraça para a Rússia", precisou.
Em complemento, o bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, disse que "o mundo precisa da Ucrânia livre, mas também precisa da Rússia".
O prelado, que, pela primeira vez, vive esta peregrinação como titular desta diocese, sublinhou ainda que não se trata de pedir "a conversão da Rússia", mas de "pedir a paz", fazendo uma diferenciação entre a Mensagem de Fátima e o contexto atual.
Para D. José Ornelas, a situação presente "não tem que ver com um regime ateu, mas com uma deriva imperialista de um país que, violando o direito internacional, invadiu outro".