Fenprof anuncia greve às provas de monitorização da aprendizagem do 4.º e do 6.º ano
A Federação Nacional de Professores anunciou, esta sexta-feira, que vai entregar pré-aviso de greve a todo o serviço relacionado com as provas de monitorização da aprendizagem (ModA), que os alunos do 4.º e do 6.º ano começam a fazer a partir de dia 19.
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Os professores pediram e a Fenprof anuiu, garantiu Mário Nogueira, em conferência de Imprensa. As queixas são diversas, explicou: há alunos que vão perder aulas nos dias da prova por os professores estarem escalados para a vigilância ou secretariado. No caso do 1.º ciclo, os alunos que serão distribuídos por outras salas. "Estarão nas escolas mas também não terão aulas", frisou Nogueira.
Além disso, apontou o ainda secretário-geral da Fenprof, os docentes queixam-se de sobrecarga de trabalho, de perderem tempo de trabalho com os seus alunos e de falta de condições técnicas, como computadores.
O pré-aviso abrange a vigilância, secretariado das provas e correção. A Fenprof, que contesta a eficácia das ModA, por considerar que uma aferição devia ser feita durante o ciclo e não apenas num momento no meio das aulas, assegura que persistem problemas de conectividade e falta de equipamentos em diversas escolas e zonas do país. Mário Nogueira insiste que as provas digitais ainda acentuam desigualdades entre os alunos.
Ausência da campanha
A uma semana das eleições, o líder da Fenprof também criticou a "ausência" da Educação do debate eleitoral, quando o sistema enfrenta uma grave crise de falta de professores.
A partir das listas provisórias do concurso externo, Nogueira assegura que há milhares de docentes que pretendem mudar de grupo de recrutamento ou de ciclo, o que agravará a falta de docentes nas escolas. Caso, por exemplo, do 1.º ciclo, onde 1800 pedem para mudar ou de Educação Especial (242).
Nogueira garante que é falso que o concurso possa resultar em 11 mil vinculações, uma vez que pela norma travão e vinculação dinâmica devem entrar menos de 5000. A média de idade dos candidatos é de 45 anos, "o que significa que a precariedade se mantém" e que não há rejuvenescimento da classe. Entre os excluídos, um ficou de fora do concurso por ter 70 anos e outro ter, entretanto, falecido, referiu Nogueira.
A Fenprof insiste que a principal medida para reverter a crise e o envelhecimento da classe é a revisão do Estatuto da Carreira Docente, que acabou por não arrancar por causa das eleições e que o programa da AD atira para depois de 2027.